SÉRGIO RANGEL
da Sucursal do Rio

O jogador Edmundo se entregou ontem à noite à polícia, após passar mais de 24 horas foragido.
Ele chegou às 20h37 à sede da Polinter (Polícia Interestadual), na zona portuária do Rio, acompanhado do vice-presidente jurídico do Vasco, Paulo Reis, do amigo conhecido como Helinho e de mais dois homens.
O jogador não deu entrevista. Seu advogado, Arthur Lavigne, já o aguardava no local. Edmundo passaria a noite na carceragem da Polinter.
Anteontem à tarde, o jogador teve sua prisão decretada pela 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, por seu envolvimento num acidente automobilístico no dia 2 de dezembro de 95, em que três pessoas morreram e mais três se feriram. Ele foi condenado a quatro anos e meio de detenção, em regime semi-aberto, por ter causado o acidente.
A 6ª Câmara Criminal confirmou a sentença da 17ª Vara Criminal, que já havia condenado o jogador em março, e expediu mandado de prisão contra ele.
"É obrigação do Edmundo se apresentar e cumprir a decisão judicial. Ele já recorreu e vai aguardar a decisão aqui (na Polinter)", disse Lavigne, após a chegada do jogador ao local.
Durante todo o dia de ontem, a polícia do Rio empreendeu ontem uma caçada a Edmundo, sem sucesso. Desde as 7h, agentes da Divisão de Captura da Polinter tentaram encontrar o jogador. Eles foram duas vezes à casa dele, na Barra da Tijuca, zona sul.
Os agentes também foram ao estádio de São Januário, durante o treino do Vasco, e à casa dos pais do jogador, em Niterói (a 13 km do Rio), mas não o encontraram.
Edmundo tinha sido visto pela última vez na terça-feira pela manhã na concentração do Vasco, no hotel Othon Palace, em Copacabana, zona sul.
Após alegar dores musculares na coxa, foi liberado pelo técnico Antônio Lopes. Desde então, Edmundo estava desaparecido.
Arthur Lavigne aguarda ainda a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília, sobre o pedido da concessão do habeas corpus em favor do jogador. "Amanhã (hoje) ele está solto."
O acidente em que Edmundo se envolveu aconteceu de madrugada, na avenida Borges de Medeiros, na Lagoa, zona sul do Rio. Na ocasião, ele seguia com amigos para o bar El Turf, na Gávea.
O jipe Cherokee dirigido pelo jogador capotou após bater no Uno dirigido por Carlos Frederico Pontes, que morreu. Joana Couto, que estava no jipe, também morreu. Alessandra Perrota, que estava no carro de Pontes, morreu no dia seguinte. Roberta Campos, Déborah Ferreira Silva e Natasha Ketezer se feriram.


Texto Anterior: Jornalista Ricardo Bueno morre aos 50
Próximo Texto: Edinho fica em liberdade
Índice