São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2003 |
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ABASTECIMENTO Sabesp ainda não definiu a data da medida, que irá atingir 300 mil moradores da região metropolitana Grande SP deve ter racionamento neste mês
MARIANA VIVEIROS DA REPORTAGEM LOCAL Cerca de 300 mil moradores das cidades de Cotia, Embu, Embu-Guaçu e Itapecerica da Serra serão os primeiros a entrarem em racionamento na região metropolitana de São Paulo. A falta periódica de água deve começar neste mês. A Folha apurou que os técnicos da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) já têm até mesmo uma data marcada, embora a empresa não a divulgue oficialmente. O esquema inicial de racionamento deverá ser o mesmo de 2000 e 2001, quando o sistema Alto Cotia, que abastece a região a ser afetada, também enfrentou cortes no fornecimento. Na ocasião, a população ficou 32 horas sem água para cada 40 horas de abastecimento regular. A represa Pedro Beicht (que serve o Alto Cotia) operava ontem com 8,5% de sua capacidade -o menor índice da história do reservatório. Em 6 de outubro de 2002, tinha 52,8% de seu volume e, quando o sistema entrou em racionamento em 2000, 15%. Diferentemente de outros reservatórios, a represa não pode baixar muito -não pode nem chegar aos 5%, índice considerado pela Sabesp como o de captação-limite do sistema Cantareira. Isso porque o Alto Cotia é um sistema pequeno -logo tem pouco fôlego- e relativamente isolado dos demais sistemas -portanto não se beneficia de manobras de integração (quando um sistema que está em situação melhor ajuda o outro que está em dificuldades, abastecendo parte de sua área de atuação). Tudo o que podia ser feito nesse sentido já foi feito em 2000, quando a represa Guarapiranga (zona sul de SP) passou a abastecer cerca de 100 mil pessoas que vivem em bairros da zona oeste da capital antes servidos pelo Alto Cotia. Em Itapecerica da Serra, moradores já estão se preparando para o racionamento. A aposentada Maria Joana Cardoso, 67, que se diz uma fiscal da água, está pronta para dar bronca nos vizinhos. "Sempre economizei e faço com que todo mundo gaste menos. Se passo na rua e vejo uma pessoa lavando o carro com mangueira, paro e dou bronca. Com o racionamento, serei mais severa", diz a aposentada. Em casa, ela faz de tudo para não desperdiçar: lava o quintal só uma vez por mês, acumula as roupas para usar o tanque e toma banhos rápidos. Já a dona-de-casa Maria das Neves da Conceição, 41, doou dois cachorros para economizar. "Agora, não preciso lavar o quintal todos os dias", afirma. Cantareira e Alto Tietê Os próximos na fila do racionamento de água na Grande São Paulo são os sistemas Cantareira -que serve 9 milhões de pessoas e estava ontem com 9,2% de sua capacidade máxima- e Alto Tietê -que abastece 2,6 milhões de pessoas e operava ontem com 21,8% de sua capacidade. A única forma de evitar a falta de água -pelo menos no curto prazo- é a chuva. Segundo a Sabesp, se chover a média histórica do mês, ou seja, 131,4 mm (1 mm é igual a 1 l de água por 1 m2), o Cantareira se livra do racionamento. Até ontem não havia chovido um milímetro sequer na região de mananciais do sistema. A meteorologia prevê chuvas para os próximos dias por causa de uma frente fria, mas, no mês, deve chover menos que a média. Colaborou o "Agora" Próximo Texto: Região de Campinas adota restrição Índice |
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