São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2010

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Remédios vão ter selo de segurança

Objetivo é combater falsificação e contrabando; indústria diz que medida vai provocar aumento de preços

Agência Nacional de Saúde diz que impacto médio é de 0,05%, mas farmacêuticas falam em até 23% de acréscimo
ANGELA PINHO
DE BRASÍLIA

A partir do próximo ano, as caixas de medicamentos começarão a ter um selo de segurança para combater a falsificação e o contrabando dos produtos.
A autenticidade poderá ser verificada pelo consumidor por meio de um equipamento de leitura ótica que deverá ser instalado em todas as farmácias e drogarias do país também em 2011.
A partir de 2012, a etiqueta será obrigatória. A indústria farmacêutica afirma que a medida vai provocar um aumento do preço dos medicamentos para o consumidor que pode chegar a até 23% no caso dos genéricos.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) rebate e afirma que o impacto médio é de 0,05% no preço, ou de 2,58% para remédios que custam até R$ 5.
A agência anunciou a nova regra ontem e argumentou que o principal objetivo é conter a falsificação de contrabando de medicamentos.
Só em 2010, de janeiro a setembro, foram apreendidos 53.575 produtos nessa situação, um pouco mais do que em todo o ano passado.
Com o selo, a ideia é que cada caixa de medicamento tenha uma numeração única, o que permitirá que ela seja rastreada pelos órgãos de fiscalização.
As máquinas de leitura ótica serão fornecidas às farmácias e drogarias pela Casa da Moeda.
Já o selo custará pelo menos R$ 0,07 por cada uma das unidades, sem contar os impostos estaduais.
O presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello, disse que não serão permitidos aumentos nos preços dos medicamentos por causa disso, mas a indústria rebate sua afirmação.
Isso porque, atualmente, grande parte dos medicamentos é vendida a preços menores do que os máximos permitidos pelo governo. Com a obrigatoriedade do selo, essa diferença deve diminuir, diz o vice-diretor executivo do Sindusfarma (sindicato da indústria farmacêutica de SP), Nelson Mussolini.
De acordo com ele, além do valor do selo, a indústria terá que arcar com as máquinas seladoras e locais de armazenagem, entre outros custos. Ele defende a adoção de outra tecnologia.


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