São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2011

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Shopping ignorou plano entregue em 2010

Avaliação sobre concentração de gás e proposta de ação estão prontas desde dezembro, mas não foram implantadas

Em agosto deste ano, direção do shopping decidiu substituir a empresa que cuida da contaminação

DE SÃO PAULO

O shopping Center Norte demorou quase seis anos para providenciar um plano de intervenção e, quando ele ficou pronto, não o implantou.
Tudo começou em 2004, quando a Cetesb exigiu uma investigação detalhada sobre a presença de metano no solo, problema conhecido desde a inauguração, em 1984.
Em vez de fazer o exigido, no entanto, o Center Norte decidiu, só em 2007, questionar o órgão se a responsabilidade era dele ou da prefeitura, que colocou lixo na área.
Quase um ano depois, a Cetesb confirmou a responsabilidade do shopping, que, no entanto, só foi contratar uma empresa para isso, a Tecnohidro, em agosto de 2009.
A investigação, concluída pela empresa em dezembro de 2010, apontava para o risco de incêndio em diversas partes do shopping e vinha acompanhada de um plano de ação, nunca implantado. Em agosto deste ano, o Center Norte trocou a Tecnohidro pela Environ Arquipélago, que, em pouco mais de um mês, apresentou a solução que foi aceita ontem.
Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", publicada ontem, Yara Baumgart, da família dona do shopping, disse que a troca não agradou a Cetesb, que havia indicado a Tecnohidro.

AVALIAÇÕES
Segundo a Tecnohidro, foram feitas a avaliação preliminar, as investigações confirmatória e detalhada, a avaliação de risco e a elaboração do plano de intervenção.
Alexandre Maximiano, diretor-executivo da empresa, diz que os relatórios foram entregues no prazo. Ele não revelou o valor do contrato. O plano previa um teste em fevereiro deste ano, a instalação do sistema de redução dos riscos em março e o início da operação em abril.
O sistema era de controle e mitigação da entrada de vapores em ambientes confinados, o que pode provocar explosões. Só o teste foi feito.
Segundo a Tecnohidro, o sistema "se mostrou eficiente na extração e controle dos vapores" (gás), mas o teste tinha influência "restrita à sua área de instalação".
A direção do shopping não comentou os motivos da troca da empresa. Procurada pela Folha, a Environ Arquipélago não quis se pronunciar.


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