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BID facilita empréstimo para o centro de SP
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo terá
mais vantagens do que previa no
empréstimo negociado com o
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para financiar a
revitalização da área central da cidade. O programa prevê, entre
outras iniciativas, a construção de
moradia popular e a criação de
uma nova área de lazer no parque
Dom Pedro 2º, além da recuperação do patrimônio histórico.
A principal vantagem é a redução da contrapartida exigida pelo
banco. Em fevereiro, no início da
negociação, o BID oferecia US$
100 milhões e exigia que a prefeitura empenhasse o mesmo valor.
Agora, o BID aceita conceder o
mesmo valor e exige que a prefeitura dê US$ 80 milhões de contrapartida. A razão para a concessão
seria, segundo a autora do programa de revitalização do centro,
a arquiteta e urbanista Nadia Somekh, o fato de os projetos terem
alto impacto social.
Segundo ela, a última rodada de
negociações abriu novas possibilidades ao município de São Paulo, entre as quais a de um aumento no valor total do empréstimo.
Hoje, o orçamento previsto é de
US$ 180 milhões (R$ 658,8 milhões na cotação de ontem). Outra vantagem obtida foi a possibilidade de descontar o dinheiro
gasto em obras em andamento ou
em fase inicial, feitas no centro da
cidade, do montante que a prefeitura dará de contrapartida.
O contrato permitirá a inclusão
de gastos feitos até 18 meses antes
da sua assinatura, prevista para
maio e junho do próximo ano.
Uma obra que poderá ser incluída é o Paulistão, o antigo Fura-Fila. A retomada das obras tinha custo previsto que variava de
R$ 245 milhões a R$ 285 milhões.
O ex-prefeito Celso Pitta havia investido R$ 126 milhões. Dependendo da data fixada, o Paulistão
poderá representar quase toda a
contrapartida e o município não
precisará dispor de nada.
Outra vantagem: as obras não
realizadas pela prefeitura poderão
entrar no abatimento. A construção de uma unidade do Sesc na
rua 24 de Maio, em fase de projeto, é um exemplo do que será incluído. Assim, a prefeitura poderá
oferecer quantia maior de contrapartida, o que poderá aumentar o
valor emprestado. A prefeitura terá 25 anos para pagar o empréstimo, com juros de 5% ao ano.
Em março, a Comissão de Financiamentos Externos, do Ministério do Planejamento, autorizou a cidade a contrair empréstimo externo de no máximo US$
200 milhões. O dinheiro do financiamento do BID está parado desde 96, quando foi oferecido ao então prefeito Paulo Maluf (PPB).
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