São Paulo, quinta-feira, 07 de novembro de 2002

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BID facilita empréstimo para o centro de SP

SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo terá mais vantagens do que previa no empréstimo negociado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para financiar a revitalização da área central da cidade. O programa prevê, entre outras iniciativas, a construção de moradia popular e a criação de uma nova área de lazer no parque Dom Pedro 2º, além da recuperação do patrimônio histórico.
A principal vantagem é a redução da contrapartida exigida pelo banco. Em fevereiro, no início da negociação, o BID oferecia US$ 100 milhões e exigia que a prefeitura empenhasse o mesmo valor.
Agora, o BID aceita conceder o mesmo valor e exige que a prefeitura dê US$ 80 milhões de contrapartida. A razão para a concessão seria, segundo a autora do programa de revitalização do centro, a arquiteta e urbanista Nadia Somekh, o fato de os projetos terem alto impacto social.
Segundo ela, a última rodada de negociações abriu novas possibilidades ao município de São Paulo, entre as quais a de um aumento no valor total do empréstimo. Hoje, o orçamento previsto é de US$ 180 milhões (R$ 658,8 milhões na cotação de ontem). Outra vantagem obtida foi a possibilidade de descontar o dinheiro gasto em obras em andamento ou em fase inicial, feitas no centro da cidade, do montante que a prefeitura dará de contrapartida.
O contrato permitirá a inclusão de gastos feitos até 18 meses antes da sua assinatura, prevista para maio e junho do próximo ano.
Uma obra que poderá ser incluída é o Paulistão, o antigo Fura-Fila. A retomada das obras tinha custo previsto que variava de R$ 245 milhões a R$ 285 milhões. O ex-prefeito Celso Pitta havia investido R$ 126 milhões. Dependendo da data fixada, o Paulistão poderá representar quase toda a contrapartida e o município não precisará dispor de nada.
Outra vantagem: as obras não realizadas pela prefeitura poderão entrar no abatimento. A construção de uma unidade do Sesc na rua 24 de Maio, em fase de projeto, é um exemplo do que será incluído. Assim, a prefeitura poderá oferecer quantia maior de contrapartida, o que poderá aumentar o valor emprestado. A prefeitura terá 25 anos para pagar o empréstimo, com juros de 5% ao ano.
Em março, a Comissão de Financiamentos Externos, do Ministério do Planejamento, autorizou a cidade a contrair empréstimo externo de no máximo US$ 200 milhões. O dinheiro do financiamento do BID está parado desde 96, quando foi oferecido ao então prefeito Paulo Maluf (PPB).


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