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EDUCAÇÃO
Lei que beneficia universitários foi aprovada há 2 anos; Nossa Caixa diz que projeto está pronto e só espera governo
Crédito educativo estadual emperra em SP
LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL
Há quase dois anos a lei que estabelece a criação do crédito estudantil para universitários do Estado de São Paulo aguarda regulamentação. O banco estadual Nossa Caixa, que oferecerá o serviço,
diz que está pronto para disponibilizá-lo e só espera o governo.
Quem for beneficiado pelo crédito paulista começará a pagar as
mensalidades dois anos após acabar o curso. Mas quem desistir da
faculdade, por qualquer razão, terá 24 meses para liquidar a dívida.
O programa paulista será similar ao federal Fies (Financiamento
Estudantil), que ofereceu neste
ano bolsas restituíveis para 70 mil
estudantes. Mais de 1 milhão de
pessoas procuraram o Fies -a
Caixa Econômica Federal financia até 70% do valor das mensalidades, com juros de 9% ao ano.
A lei agora precisa ser regulamentada, obrigação do Poder
Executivo, que deverá definir de
onde virá o dinheiro e autorizar a
Nossa Caixa a iniciar o programa.
Ryon Braga, diretor do Grupo
CM de Consultoria Educacional,
diz que de 380 mil a 400 mil pessoas do Estado estão fora das universidades porque podem pagar
até R$ 300 de mensalidade, mas,
em geral, elas superam R$ 400. "O
financiamento é ideal para cursos
de curta duração, de dois anos.
Assim o empréstimo não fica "pesado" quando acabar o curso."
Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais), estão ociosas 44%
das 512 mil vagas oferecidas nos
processos seletivos da rede privada no Estado.
Antonio Carbonari, vice-presidente do Semesp (Sindicato das
Entidades Mantenedoras de Ensino Superior no Estado de São
Paulo), diz que quem já estuda
precisa também de linhas de financiamento.
"Cerca de 25% dos alunos do
Estado são inadimplentes. Precisaríamos financiar a mensalidade
para essa população em 50%."
Francisco Gonçalves, da União
Estadual dos Estudantes de São
Paulo (UEE), pede política de bolsas que não exija a devolução do
valor e diz que o programa é um
avanço na inclusão de pessoas no
ensino superior, mas que deve haver acompanhamento para verificar se o aluno poderá pagar o empréstimo depois de formado.
Para o deputado estadual José
Caldini Crespo (PFL), autor do
projeto que gerou a lei, seriam
precisos R$ 5 milhões para beneficiar ao menos mil alunos por ano.
"Nos anos seguintes, mais recursos devem ser aplicados, além
do retorno do valor dos primeiros
empréstimos. O ideal é que sejam
beneficiados 100 mil estudantes
por ano."
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