São Paulo, terça-feira, 07 de novembro de 2006

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Marcola, do PCC, inicia greve de fome

Chefe da facção e outros presos protestam contra reformas que tornaram mais rígida a penitenciária de Presidente Bernardes

Concluídas na semana passada ao custo de R$ 391 mil, obras limitaram contato dos detentos com agentes, visitantes e advogados


CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

Apontado como chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, iniciou ontem uma greve de fome com outros presos da penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes (589 km a oeste de SP).
Conforme funcionários, os presos recusaram ontem o almoço e o jantar. O motivo do protesto, segundo a Folha apurou, seria o descontentamento com as reformas feitas na unidade, que adota o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), um dos mais rígidos do país.
Com a reforma, que terminou na semana passada, a prisão teve a segurança reforçada após tumultos ocorridos em junho e julho, quando presos danificaram vidros e vasos sanitários da maioria das celas.
Para limitar a comunicação e o contato entre detento e agente penitenciário, grades em forma de gaiolas foram construídas nos corredores. As obras custaram R$ 391 mil.
Também houve instalação de grades nas celas e no parlatório, local de encontros com advogados e visitas.
Agentes relataram rumores de que algo ocorreria nesta semana. "Esse protesto deve continuar. Algumas visitas disseram para a gente no domingo que algo iria acontecer nesta semana", disse um agente que pediu para não ser identificado.
Segundo ele, apenas dez refeições foram servidas ontem -tanto pela manhã como no início da noite. Outro funcionário afirmou que Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, que seria um dos aliados de Marcola, também participou do protesto.
A Folha tentou contato à noite com a SAP ( Secretaria de Administração Penitenciária), mas o celular da responsável pela assessoria de imprensa estava na caixa postal. Na Coordenadoria Regional dos Presídios do Oeste Paulista, ninguém falou sobre o assunto.


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