São Paulo, quarta-feira, 07 de novembro de 2007

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Abadía formaliza denúncia de extorsão

Megatraficante disse à Justiça ter pago mais de US$ 1 mi a policiais civis para liberar comparsas presos

DA REPORTAGEM LOCAL

Em uma audiência que era para ser secreta, o megatraficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadía formalizou ontem ao Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), do Tribunal de Justiça de São Paulo, a denúncia de que integrantes de sua quadrilha foram, por duas vezes, alvo de extorsão por parte de policiais civis.
Preso desde 7 de agosto, Abadía foi transportado ontem sob forte esquema de segurança da PF do presídio federal de Campo Grande (MS) a São Paulo. A audiência durou uma hora.
No seu depoimento, Abadía omitiu que chegou a participar de ao menos uma das entregas de dinheiro para policiais. A omissão é uma estratégia de sua defesa para evitar atrasos em seu processo de extradição.
Caso tivesse admitido contato pessoal com algum policial, Abadía teria de participar de sessões de reconhecimento e isso poderia atrasar sua extradição para os Estados Unidos.
Abadía admitiu ter dado dólares para seus comparsas quando, em ocasiões distintas, Ana Maria Stein, mulher do empresário Daniel Bráz Maróstica, e Henry Edval Lagos, o Pacho, foram detidos por policiais do Denarc (departamento de narcóticos).
Segundo Maróstica, que atuava na lavagem de dinheiro do tráfico para Abadía, o delegado Irani Guedes Barros, à época no Denarc, exigiu US$ 280 mil para libertar Pacho. Barros foi afastado de suas funções e nega o crime.
Já para libertar Ana Maria, mulher de Maróstica, Abadía repassou US$ 800 mil. Ana foi detida pela equipe do delegado Pedro Luís Pórrio.
Semana passada, Pórrio foi reconhecido por Ana Maria, Maróstica e pelo piloto André Luiz Telles Barcelos como um dos que extorquiram dinheiro da quadrilha de Abadía.
Pórrio está preso desde 23 de outubro acusado de roubar e torturar supostos traficantes de Campinas (95 km de SP). (ANDRÉ CARAMANTE E MARIO CESAR CARVALHO)


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