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Abadía formaliza denúncia de extorsão
Megatraficante disse à Justiça ter pago mais de US$ 1 mi a policiais civis para liberar comparsas presos
DA REPORTAGEM LOCAL
Em uma audiência que era
para ser secreta, o megatraficante colombiano Juan Carlos
Ramirez Abadía formalizou ontem ao Dipo (Departamento de
Inquéritos Policiais), do Tribunal de Justiça de São Paulo, a
denúncia de que integrantes de
sua quadrilha foram, por duas
vezes, alvo de extorsão por parte de policiais civis.
Preso desde 7 de agosto, Abadía foi transportado ontem sob
forte esquema de segurança da
PF do presídio federal de Campo Grande (MS) a São Paulo. A
audiência durou uma hora.
No seu depoimento, Abadía
omitiu que chegou a participar
de ao menos uma das entregas
de dinheiro para policiais. A
omissão é uma estratégia de
sua defesa para evitar atrasos
em seu processo de extradição.
Caso tivesse admitido contato pessoal com algum policial,
Abadía teria de participar de
sessões de reconhecimento e
isso poderia atrasar sua extradição para os Estados Unidos.
Abadía admitiu ter dado dólares para seus comparsas
quando, em ocasiões distintas,
Ana Maria Stein, mulher do
empresário Daniel Bráz Maróstica, e Henry Edval Lagos, o
Pacho, foram detidos por policiais do Denarc (departamento
de narcóticos).
Segundo Maróstica, que
atuava na lavagem de dinheiro
do tráfico para Abadía, o delegado Irani Guedes Barros, à
época no Denarc, exigiu US$
280 mil para libertar Pacho.
Barros foi afastado de suas funções e nega o crime.
Já para libertar Ana Maria,
mulher de Maróstica, Abadía
repassou US$ 800 mil. Ana foi
detida pela equipe do delegado
Pedro Luís Pórrio.
Semana passada, Pórrio foi
reconhecido por Ana Maria,
Maróstica e pelo piloto André
Luiz Telles Barcelos como um
dos que extorquiram dinheiro
da quadrilha de Abadía.
Pórrio está preso desde 23 de
outubro acusado de roubar e
torturar supostos traficantes
de Campinas (95 km de SP).
(ANDRÉ CARAMANTE E MARIO CESAR CARVALHO)
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