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Psicóloga é assassinada na Vila Madalena
Polícia descarta hipótese de latrocínio e diz ter certeza de que Renata Novaes Pinto, 44, foi morta em crime encomendado
Professora da Unifesp havia deixado os 4 filhos na escola quando, ao descer do
carro, foi baleada na cabeça por homem com capacete
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A psicóloga Renata Novaes
Pinto, 44, professora da Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo), foi assassinada ontem na frente de sua casa, na
Vila Madalena, zona oeste de
São Paulo, após deixar os quatro filhos na escola.
A polícia descartou a hipótese
de latrocínio -roubo seguido
de morte- e diz ter certeza de
que Renata foi assassinada em
um crime encomendado. "O
crime tem características de
execução", disse o delegado Jorge Carlos Carrasco, titular da 3ª
Delegacia Seccional Oeste. Segundo ele, nada foi roubado.
Uma das principais linhas de
investigação da polícia é que a
morte de Renata esteja relacionada a seu trabalho na Unifesp.
Ela pesquisava e lidava com pacientes de câncer em uma clínica da universidade.
O delegado disse apenas que
a polícia já segue uma linha forte, que não pode ser divulgada a
fim de não atrapalhar a captura
de suspeitos. Afirmou ainda
que nenhuma hipótese é descartada. Até a noite de ontem,
ninguém havia sido preso.
Rotina
Renata costumava sair de casa todos os dias cedo para deixar os quatro filhos, com idades
entre 9 e 15 anos para a Escola
da Vila, no Butantã, também
zona oeste, antes das 7h. Depois, ia direto para o trabalho.
Ontem, porém, seu Fiesta estava barrado pelo rodízio municipal -em vigor das 7h às 10h
e das 17h às 20h- e ela teve que
voltar para casa, na rua Judith,
para trocar de carro com o marido, que é advogado.
Uma testemunha disse à polícia que, quando Renata parou
o carro na frente de casa, por
volta das 7h15, um homem com
capacete já a esperava. Quando
descia do veículo, foi atingida
por três tiros na cabeça.
O atirador subiu em uma motocicleta, pilotada por um segundo criminoso, e os dois fugiram. Um dos assassinos cobriu
com a mão a placa da moto, que
estava parcialmente dobrada,
para impedir que o número fosse visto por testemunhas.
"Eu estava nos fundos da casa e ouvi tiros, mas não podia
imaginar que eram aqui na
frente. Quando saí para ver o
que tinha acontecido, vi que era
a dona Renata. É tudo muito
triste", disse a empregada da família Edna Gregório Martins.
A Polícia Militar e uma ambulância foram chamados. Renata foi levada para o Hospital
das Clínicas, onde morreu.
Gravações
O delegado Carrasco afirmou
que a polícia já tem imagens
dos assassinos gravadas por câmeras de segurança, mas os
dois aparecem com os rostos
cobertos por capacetes.
A Polícia Civil analisa agora
imagens feitas por câmeras de
estabelecimentos comerciais
em ruas próximas, que podem
ter registrado os assassinos
chegando ou deixando o local.
O objetivo é tentar identificar a
moto. A perícia analisa cápsulas e balas de pistola encontradas no local. Elas podem servir
como provas contra suspeitos.
Familiares da vítima já foram
ouvidos ontem pela polícia.
A região de Pinheiros, onde
está a Vila Madalena, teve três
homicídios no segundo trimestre, apontam dados da Secretaria da Segurança Pública. Nesse
tipo de crime, está em 31º lugar
entre os 93 distritos policiais.
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