São Paulo, sexta-feira, 07 de novembro de 2008

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Psicóloga é assassinada na Vila Madalena

Polícia descarta hipótese de latrocínio e diz ter certeza de que Renata Novaes Pinto, 44, foi morta em crime encomendado

Professora da Unifesp havia deixado os 4 filhos na escola quando, ao descer do carro, foi baleada na cabeça por homem com capacete

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A psicóloga Renata Novaes Pinto, 44, professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), foi assassinada ontem na frente de sua casa, na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, após deixar os quatro filhos na escola.
A polícia descartou a hipótese de latrocínio -roubo seguido de morte- e diz ter certeza de que Renata foi assassinada em um crime encomendado. "O crime tem características de execução", disse o delegado Jorge Carlos Carrasco, titular da 3ª Delegacia Seccional Oeste. Segundo ele, nada foi roubado.
Uma das principais linhas de investigação da polícia é que a morte de Renata esteja relacionada a seu trabalho na Unifesp. Ela pesquisava e lidava com pacientes de câncer em uma clínica da universidade.
O delegado disse apenas que a polícia já segue uma linha forte, que não pode ser divulgada a fim de não atrapalhar a captura de suspeitos. Afirmou ainda que nenhuma hipótese é descartada. Até a noite de ontem, ninguém havia sido preso.

Rotina
Renata costumava sair de casa todos os dias cedo para deixar os quatro filhos, com idades entre 9 e 15 anos para a Escola da Vila, no Butantã, também zona oeste, antes das 7h. Depois, ia direto para o trabalho.
Ontem, porém, seu Fiesta estava barrado pelo rodízio municipal -em vigor das 7h às 10h e das 17h às 20h- e ela teve que voltar para casa, na rua Judith, para trocar de carro com o marido, que é advogado.
Uma testemunha disse à polícia que, quando Renata parou o carro na frente de casa, por volta das 7h15, um homem com capacete já a esperava. Quando descia do veículo, foi atingida por três tiros na cabeça.
O atirador subiu em uma motocicleta, pilotada por um segundo criminoso, e os dois fugiram. Um dos assassinos cobriu com a mão a placa da moto, que estava parcialmente dobrada, para impedir que o número fosse visto por testemunhas.
"Eu estava nos fundos da casa e ouvi tiros, mas não podia imaginar que eram aqui na frente. Quando saí para ver o que tinha acontecido, vi que era a dona Renata. É tudo muito triste", disse a empregada da família Edna Gregório Martins.
A Polícia Militar e uma ambulância foram chamados. Renata foi levada para o Hospital das Clínicas, onde morreu.

Gravações
O delegado Carrasco afirmou que a polícia já tem imagens dos assassinos gravadas por câmeras de segurança, mas os dois aparecem com os rostos cobertos por capacetes.
A Polícia Civil analisa agora imagens feitas por câmeras de estabelecimentos comerciais em ruas próximas, que podem ter registrado os assassinos chegando ou deixando o local. O objetivo é tentar identificar a moto. A perícia analisa cápsulas e balas de pistola encontradas no local. Elas podem servir como provas contra suspeitos.
Familiares da vítima já foram ouvidos ontem pela polícia.
A região de Pinheiros, onde está a Vila Madalena, teve três homicídios no segundo trimestre, apontam dados da Secretaria da Segurança Pública. Nesse tipo de crime, está em 31º lugar entre os 93 distritos policiais.


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