|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Polícia parada reduz corrupção, diz deputado
Em discurso na Assembléia, parlamentar do PSDB disse ainda temer mais a Polícia Civil do que "a facção criminosa PCC"
Pedro Tobias deixou o plenário sob vaias de policiais; comando de greve informou que vai estudar medidas judiciais contra ele
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O deputado Pedro Tobias
(PSDB) fez duras críticas ontem aos policiais civis paulistas,
em greve há 53 dias. Disse, em
plenário e dirigindo-se a um
grupo deles, que tem mais medo da "Polícia Civil do que da
facção criminosa PCC".
"A população não está sentido falta de vocês porque [vocês]
não trabalham nada, não apuram nada. A polícia não faz falta, e nunca fez, porque há menos corrupção quando há greve. Se vocês ficarem em greve, é
melhor para população", disse,
falando para o grupo de policiais civis que estava na galeria
acompanhando os trabalhos na
Assembléia Legislativa.
Tobias começou os ataques
ao comentar uma investigação
feita pela polícia de Bauru que,
segundo ele, está sendo conduzida para não achar os culpados
de uma ameaça feita contra ele.
Sem dar mais detalhes, ele
passou a falar dos projetos de
aumentos salariais para os policiais civis enviados pelo governador José Serra (PSDB), mesmo partido do deputado. "Espero que a greve termine. Mas,
se ela não acabar, ninguém está
sentindo falta da Polícia Civil.
Vocês não estão fazendo falta
nenhuma", disse.
Ele deixou o plenário sob
vaias e sem dar declarações.
Para o presidente do sindicato dos delegados, José Leal, o
"deputado Pedro Tobias está
mal informado" e "com tendências desrespeitosas". "Seria
melhor ele ter outra atividade
do que ser um legislador da Assembléia Legislativa mais importante do país", disse.
Já André Dahmer, diretor da
associação dos delegados, disse
que irá estudar medidas judiciais contra Tobias. "Lamento
muito um deputado estadual se
manifestar dessa forma. Se isso
tivesse um fundo de verdade,
seria culpa do PSDB, que está
há 14 anos no poder e nada fez
para mudar essa situação."
Sem discussão
A base do governo esvaziou
ontem o congresso de comissões que discutiria os projetos
de reajuste. Sem quórum, as
discussões não foram realizadas. "É hora de colocar água na
fervura", disse o líder do governo Barros Munhoz (PSDB).
A nova oferta do governo é de
um reajuste de 6,5% já neste
mês -anteriormente, ele seria
pago em 2009. O segundo aumento, no mesmo percentual,
seria dado em novembro do
ano que vem -há a possibilidade de antecipá-lo para o primeiro semestre.
A categoria reivindica 15%,
além de mais duas parcelas de
12% em 2009 e em 2010.
Texto Anterior: Clima: Chuva prejudica trânsito e deixa SP em estado de atenção Próximo Texto: Prefeitura fecha loja na rua Estados Unidos Índice
|