São Paulo, terça-feira, 07 de dezembro de 2004

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SAÚDE

Em nota oficial, hospital municipal de Cuiabá confirma que blecaute foi a causa; polícia vai apurar responsabilidades

Falta de energia provoca 3 mortes em UTI

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Três pacientes internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) morreram devido à falta de energia elétrica ocorrida dentro do hospital e pronto-socorro municipal de Cuiabá (MT), das 11h30 às 12h de anteontem.
O hospital, mantido pela Prefeitura de Cuiabá, é a maior instituição pública de saúde de Mato Grosso. Atende cerca de 17 mil doentes por mês pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Em nota oficial, a direção da instituição confirmou que as mortes foram provocadas pela falta de energia. O problema ocorreu nas instalações elétricas dentro do hospital e deixou às escuras apenas a UTI, onde estavam dez doentes. Sete foram salvos.
Sem energia, as baterias dos aparelhos usados na respiração artificial funcionaram por no máximo 20 minutos, mas deveriam durar o dobro desse tempo.
A direção do hospital não quer divulgar o nome da empresa que forneceu os equipamentos antes da conclusão de sindicância.
Morreram Maria Auxiliadora do Espírito Santo, 42, Claudinei Silva, 30 e Valdemir Gonçalo, 34.
A diretora administrativa do hospital, Iracema Paulino de Alencar, afirmou que outros sete pacientes foram salvos com uso de equipamentos manuais de respiração artificial.
A UTI funcionava havia um mês e ainda estava em reforma para abrigar mais dez leitos. Essa ampliação começou após a Defensoria Pública divulgar no ano passado que ao menos 13 doentes morreram à espera de vaga.
O Crea-MT (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso) informou ontem que alertou a direção do hospital em 2003 e neste ano sobre deficiências nas instalações elétricas, mas não obteve resposta. Segundo a direção do hospital, ainda não é possível saber se a falha foi humana ou técnica.
O delegado Hamilton Vieira Camargo abriu inquérito para apurar as responsabilidades. Camargo afirmou que o hospital deveria ter um sistema de prevenção.
A assessoria da Prefeitura de Cuiabá informou que existe uma Ouvidoria do SUS responsável por fiscalizar o atendimento. Por volta das 16h30, a reportagem ligou para a ouvidoria que funciona dentro do hospital, mas ninguém atendeu ao telefone.


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