|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAÚDE
Em nota oficial, hospital municipal de Cuiabá confirma que blecaute foi a causa; polícia vai apurar responsabilidades
Falta de energia provoca 3 mortes em UTI
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Três pacientes internados na
UTI (Unidade de Terapia Intensiva) morreram devido à falta de
energia elétrica ocorrida dentro
do hospital e pronto-socorro municipal de Cuiabá (MT), das 11h30
às 12h de anteontem.
O hospital, mantido pela Prefeitura de Cuiabá, é a maior instituição pública de saúde de Mato
Grosso. Atende cerca de 17 mil
doentes por mês pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Em nota oficial, a direção da instituição confirmou que as mortes
foram provocadas pela falta de
energia. O problema ocorreu nas
instalações elétricas dentro do
hospital e deixou às escuras apenas a UTI, onde estavam dez
doentes. Sete foram salvos.
Sem energia, as baterias dos
aparelhos usados na respiração
artificial funcionaram por no máximo 20 minutos, mas deveriam
durar o dobro desse tempo.
A direção do hospital não quer
divulgar o nome da empresa que
forneceu os equipamentos antes
da conclusão de sindicância.
Morreram Maria Auxiliadora
do Espírito Santo, 42, Claudinei
Silva, 30 e Valdemir Gonçalo, 34.
A diretora administrativa do
hospital, Iracema Paulino de
Alencar, afirmou que outros sete
pacientes foram salvos com uso
de equipamentos manuais de respiração artificial.
A UTI funcionava havia um
mês e ainda estava em reforma
para abrigar mais dez leitos. Essa
ampliação começou após a Defensoria Pública divulgar no ano
passado que ao menos 13 doentes
morreram à espera de vaga.
O Crea-MT (Conselho Regional
de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia de Mato Grosso) informou ontem que alertou a direção do hospital em 2003 e neste
ano sobre deficiências nas instalações elétricas, mas não obteve resposta. Segundo a direção do hospital, ainda não é possível saber se
a falha foi humana ou técnica.
O delegado Hamilton Vieira Camargo abriu inquérito para apurar as responsabilidades. Camargo afirmou que o hospital deveria
ter um sistema de prevenção.
A assessoria da Prefeitura de
Cuiabá informou que existe uma
Ouvidoria do SUS responsável
por fiscalizar o atendimento. Por
volta das 16h30, a reportagem ligou para a ouvidoria que funciona dentro do hospital, mas ninguém atendeu ao telefone.
Texto Anterior: Saber global: Leis de patente são discutidas em seminário Próximo Texto: Filho é acusado de manter idosa em cárcere privado Índice
|