São Paulo, quarta-feira, 07 de dezembro de 2005

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EDUCAÇÃO

Previsão é que aulas sejam retomadas ainda hoje; reposição do calendário perdido ainda está sendo avaliada

Professores da Unifesp encerram greve

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os professores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) decidiram ontem suspender a greve, que durou 56 dias. Os docentes pediam melhores condições salariais. A previsão é que as aulas retornem hoje.
Durante a paralisação, os primeiros e os segundos anos dos cinco cursos da instituição ficaram praticamente paralisados.
A reposição ainda está sendo avaliada. Em medicina, por exemplo, a intenção é que o calendário se estenda até o próximo dia 22, com aulas aos sábados. A proposta dos docentes é que haja ao menos um mês de férias. O novo calendário precisa ser aprovado pelos representantes dos estudantes.
A paralisação dos professores chegou a ter apoio do Conselho Universitário, ou seja, a Unifesp estava, institucionalmente, de acordo com o movimento.
Apesar de não terem aceito a proposta de reajuste salarial do governo Lula, os docentes decidiram suspender a greve porque avaliaram que não haveria condições de alterar o projeto.
"Pelo que ficamos sabendo, o projeto sai direto do Executivo e vai para o Legislativo e não poderão ser feitas emendas", disse o presidente da associação dos docentes, Francisco Lacaz. "Mas ninguém está satisfeito", afirmou. Uma nova assembléia já está marcada para o próximo dia 15.
A paralisação na Unifesp fez parte de um movimento nacional, que ainda conta com paralisação parcial em 37 das 61 instituições federais de ensino superior. A greve começou no dia 15 de agosto, na federal do Acre.
Os professores pedem reajuste de 18% no salário-base e a equiparação dos rendimentos de servidores ativos e inativos -atualmente, os aposentados ganham cerca de 30% a menos.
O MEC (Ministério da Educação) propôs reajuste médio de 9,25% e a diminuição da diferença entre ativos e inativos. Como não houve acordo, o governo decidiu encerrar as negociações e impor a sua proposta por meio de projeto de lei, que terá de ser aprovado pelo Congresso.
Os grevistas afirmam que ainda não tiveram acesso ao texto da proposta e, por isso, a paralisação é mantida em 37 universidades. "Não podemos mudar nossa posição com base em algo que não sabemos o que é", disse o vice-presidente do Andes (sindicato dos docentes), Paulo Rizzo.
Diariamente, estão sendo feitas assembléias nas universidades para decidir o futuro da greve.
O salário-base da maior parte dos docentes da rede federal varia de R$ 701 a R$ 1.089. Mas esses valores representam cerca de 25% do rendimento total dos professores -o restante é pago por meio de gratificações.


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