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EDUCAÇÃO
Previsão é que aulas sejam retomadas ainda hoje; reposição do calendário perdido ainda está sendo avaliada
Professores da Unifesp encerram greve
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os professores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
decidiram ontem suspender a
greve, que durou 56 dias. Os docentes pediam melhores condições salariais. A previsão é que as
aulas retornem hoje.
Durante a paralisação, os primeiros e os segundos anos dos
cinco cursos da instituição ficaram praticamente paralisados.
A reposição ainda está sendo
avaliada. Em medicina, por exemplo, a intenção é que o calendário
se estenda até o próximo dia 22,
com aulas aos sábados. A proposta dos docentes é que haja ao menos um mês de férias. O novo calendário precisa ser aprovado pelos representantes dos estudantes.
A paralisação dos professores
chegou a ter apoio do Conselho
Universitário, ou seja, a Unifesp
estava, institucionalmente, de
acordo com o movimento.
Apesar de não terem aceito a
proposta de reajuste salarial do
governo Lula, os docentes decidiram suspender a greve porque
avaliaram que não haveria condições de alterar o projeto.
"Pelo que ficamos sabendo, o
projeto sai direto do Executivo e
vai para o Legislativo e não poderão ser feitas emendas", disse o
presidente da associação dos docentes, Francisco Lacaz. "Mas
ninguém está satisfeito", afirmou.
Uma nova assembléia já está marcada para o próximo dia 15.
A paralisação na Unifesp fez
parte de um movimento nacional,
que ainda conta com paralisação
parcial em 37 das 61 instituições
federais de ensino superior. A greve começou no dia 15 de agosto,
na federal do Acre.
Os professores pedem reajuste
de 18% no salário-base e a equiparação dos rendimentos de servidores ativos e inativos -atualmente, os aposentados ganham
cerca de 30% a menos.
O MEC (Ministério da Educação) propôs reajuste médio de
9,25% e a diminuição da diferença
entre ativos e inativos. Como não
houve acordo, o governo decidiu
encerrar as negociações e impor a
sua proposta por meio de projeto
de lei, que terá de ser aprovado
pelo Congresso.
Os grevistas afirmam que ainda
não tiveram acesso ao texto da
proposta e, por isso, a paralisação
é mantida em 37 universidades.
"Não podemos mudar nossa posição com base em algo que não
sabemos o que é", disse o vice-presidente do Andes (sindicato
dos docentes), Paulo Rizzo.
Diariamente, estão sendo feitas
assembléias nas universidades
para decidir o futuro da greve.
O salário-base da maior parte
dos docentes da rede federal varia
de R$ 701 a R$ 1.089. Mas esses valores representam cerca de 25%
do rendimento total dos professores -o restante é pago por meio
de gratificações.
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