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Abstenção no Enem, de 39,5%, é recorde
Ministério da Educação divulgou em site o gabarito oficial errado das provas de sábado e domingo e teve de tirá-lo ar
Questões estavam "embaralhadas", segundo o governo; divulgação de gabarito certo foi prometida para hoje, às 10h
Lalode Almeida/Folha Imagem
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Estudante faz a prova do Enem na Uninove Vergueiro, ontem, em São Paulo; abstenção no Estado chegou a 46,9% no sábado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois meses após o adiamento
devido ao vazamento da prova,
o Enem 2009 registrou novos
problemas neste fim de semana, durante a aplicação do exame: o gabarito oficial divulgado
pelo Ministério da Educação estava errado, a abstenção foi a
maior da história e houve confusão na entrada dos candidatos
em diversos locais da avaliação.
Ontem, por cerca de seis horas, o site do Inep (órgão do
MEC responsável pelo exame
que avalia o ensino médio) divulgou gabarito em que, dependendo da versão da prova (eram
quatro para cada dia), havia
uma resposta indicada como
correta. O gabarito foi retirado
do ar e o correto foi prometido
para as 10h de hoje.
Horas antes, representantes
do governo Lula responsáveis
pelo exame já haviam informado que a abstenção foi a maior
dos 11 anos de prova.
Segundo dados preliminares,
39,5% dos candidatos não compareceram. Em números absolutos, significa que, dos 4,1 milhões de inscritos, cerca de 1,5
milhão faltou à prova. No ano
passado, foram 27,3%.
Desistências
O grande número de ausências ocorreu, diz o Inep, porque
várias universidades desistiram
de usar o Enem por conta do
adiamento -o novo prazo para
divulgação dos resultados era
incompatível com o ano letivo.
Esse foi o caso, por exemplo, de
USP, Unicamp e PUC-SP.
Para o presidente do Inep,
Reynaldo Fernandes, muitos
estudantes se desestimularam
em razão da desistência de universidades. O Estado de São
Paulo registrou a maior abstenção do país (46,9% no sábado).
O próprio período entre a data inicial e a que a prova foi aplicada prejudicou o exame, diz
Fernandes. "Neste período,
acontecem coisas na vida das
pessoas, e elas podem desistir."
Coordenadores de cursinhos
criticaram também a logística
adotada pelo MEC. Alunos reclamaram que os locais de prova eram distantes e mudaram
da primeira para a segunda data, o que causou confusão.
No sábado, houve dificuldades em diversos pontos do país
para a entrada dos candidatos.
Na UnG (Universidade de
Guarulhos), uma fila se formou
na entrada e, segundo os alunos, pessoas que chegaram no
horário certo ficaram de fora
quando os portões foram fechados. Na Uninove da Vila Maria
(zona norte de SP), alunos reclamaram que o local foi fechado antes do previsto.
Para o presidente do Instituto Henfil, Mateus Prado, o
Enem deste ano "foi uma bagunça geral" -ele dá consultoria para escolas privadas sobre
o exame e mantém um cursinho para alunos de baixa renda.
Segundo a Folha apurou, haverá demissões no Inep por
conta dos erros.
(ANGELA PINHO, FABIANA REWALD, FÁBIO TAKAHASHI,
TALITA BEDINELLI e AMANDA DEMETRIO)
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