São Paulo, terça-feira, 08 de janeiro de 2008

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Bando assalta hotel na Aclimação e mantém 3 reféns por 3 horas

Quatro pessoas que haviam se escondido em um dos quartos foram presas

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quatro pessoas foram detidas após manter por três horas um hóspede e dois funcionários do hotel EZ como reféns, na Aclimação (região central de São Paulo), ontem de manhã. Para a Polícia Civil, o bando faria um arrastão ou tentaria roubar o pagamento de funcionários. O hotel tem 208 quartos.
Foram apreendidos quatro armas -duas metralhadoras e duas pistolas-, 15 celulares, dinheiro (um bolo de R$ 1.000, mais outras notas soltas, ainda não contadas) e cinco relógios.
Os ladrões, bem vestidos, chegaram às 7h30 ao hotel e anunciaram o assalto na recepção. Após cerca de 15 minutos, a polícia chegou. Dois criminosos fizeram um segurança e um pintor reféns e subiram pelo elevador. Dois ficaram na recepção, com mais 20 pessoas. Tentaram se passar por hóspedes, mas foram descobertos e detidos.
Entre os presos estavam foragidos da Justiça: Cristiane Meireles, 32, de Mirandópolis, e Francisco Erivaldo Farias, 25. Faziam parte do bando ainda Camilo da Silva Lallo e Tiago de Lima Soares, 21. O advogado dos homens presos, Josué Souza, afirmou que eles são da região do Capão Redondo e que o intuito "era roubar mesmo".
O delegado Milton Toschi, do 6º DP (Cambuci) diz que outro ladrão pode ter fugido. "Estamos investigando a participação de mais pessoas. Além da hipótese de arrastão, outra possibilidade é o fato de eles estarem interessados no pagamento dos funcionários, que seria feito hoje [ontem]", diz.

Busca
A PM fez uma busca nos apartamentos para achar os ladrões. A procura levou três horas, e os criminosos foram achados num quarto no quinto andar, onde dormia o representante Edson Júnior, 25. "Quando vi o segurança, na ingenuidade achei que meu pai, que tomava café, havia pedido para pegar alguma coisa no apartamento. Mas, daí, entraram os caras com a metralhadora", contou ele, que mora em Sorocaba e veio a SP a trabalho.
O momento mais tenso, diz, foi quando os policiais entraram no apartamento -eles usaram uma chave-mestra. "Bateram na porta, mas ninguém abriu. Os ladrões jogaram as armas e mandaram todos se sentarem no chão para a polícia não conseguir identificar de imediato os criminosos."
A estudante Mariana Reis, 16, que mora com os pais no hotel, foi orientada pela mãe, que não estava no local, a não sair do quarto. "Ficamos na dúvida se deveríamos avisá-la ou não, mas tivemos medo de que ela acordasse e saísse", afirmou o pai de Mariana, o consultor financeiro Edson Reis Filho, 46.
Depois do telefonema, Mariana conta que, com medo, ficou quase uma hora chorando. O pai resolveu ir, com mais cinco policiais, resgatar a filha.
"Quando eles arrombaram a porta, achei que ia morrer, porque não sabia quem estava entrando." Reis Filho disse, apesar do susto, que não pretende se mudar do local.


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