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Bando assalta hotel na Aclimação
e mantém 3 reféns por 3 horas
Quatro pessoas que haviam se escondido em um dos quartos foram presas
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Quatro pessoas foram detidas após manter por três horas
um hóspede e dois funcionários do hotel EZ como reféns,
na Aclimação (região central de
São Paulo), ontem de manhã.
Para a Polícia Civil, o bando faria um arrastão ou tentaria roubar o pagamento de funcionários. O hotel tem 208 quartos.
Foram apreendidos quatro
armas -duas metralhadoras e
duas pistolas-, 15 celulares, dinheiro (um bolo de R$ 1.000,
mais outras notas soltas, ainda
não contadas) e cinco relógios.
Os ladrões, bem vestidos,
chegaram às 7h30 ao hotel e
anunciaram o assalto na recepção. Após cerca de 15 minutos, a
polícia chegou. Dois criminosos fizeram um segurança e um
pintor reféns e subiram pelo
elevador. Dois ficaram na recepção, com mais 20 pessoas.
Tentaram se passar por hóspedes, mas foram descobertos e
detidos.
Entre os presos estavam foragidos da Justiça: Cristiane
Meireles, 32, de Mirandópolis,
e Francisco Erivaldo Farias, 25.
Faziam parte do bando ainda
Camilo da Silva Lallo e Tiago de
Lima Soares, 21. O advogado
dos homens presos, Josué Souza, afirmou que eles são da região do Capão Redondo e que o
intuito "era roubar mesmo".
O delegado Milton Toschi, do
6º DP (Cambuci) diz que outro
ladrão pode ter fugido. "Estamos investigando a participação de mais pessoas. Além da
hipótese de arrastão, outra possibilidade é o fato de eles estarem interessados no pagamento dos funcionários, que seria
feito hoje [ontem]", diz.
Busca
A PM fez uma busca nos
apartamentos para achar os ladrões. A procura levou três horas, e os criminosos foram
achados num quarto no quinto
andar, onde dormia o representante Edson Júnior, 25. "Quando vi o segurança, na ingenuidade achei que meu pai, que tomava café, havia pedido para
pegar alguma coisa no apartamento. Mas, daí, entraram os
caras com a metralhadora",
contou ele, que mora em Sorocaba e veio a SP a trabalho.
O momento mais tenso, diz,
foi quando os policiais entraram no apartamento -eles
usaram uma chave-mestra.
"Bateram na porta, mas ninguém abriu. Os ladrões jogaram
as armas e mandaram todos se
sentarem no chão para a polícia
não conseguir identificar de
imediato os criminosos."
A estudante Mariana Reis,
16, que mora com os pais no hotel, foi orientada pela mãe, que
não estava no local, a não sair
do quarto. "Ficamos na dúvida
se deveríamos avisá-la ou não,
mas tivemos medo de que ela
acordasse e saísse", afirmou o
pai de Mariana, o consultor financeiro Edson Reis Filho, 46.
Depois do telefonema, Mariana conta que, com medo, ficou quase uma hora chorando.
O pai resolveu ir, com mais cinco policiais, resgatar a filha.
"Quando eles arrombaram a
porta, achei que ia morrer, porque não sabia quem estava entrando." Reis Filho disse, apesar do susto, que não pretende
se mudar do local.
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