São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2009

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Procuradoria exige mais docentes em tempo integral

Quatro universidades de SP sofrem pressão de órgão

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Federal exige que quatro universidades privadas de São Paulo (Unib, Uniban, Unicsul e Unisa) aumentem, em até 45 dias, a proporção de professores contratados em tempo integral.
Caso as exigências não sejam cumpridas, a Procuradoria afirma que irá recorrer à Justiça.
A medida foi tomada após o órgão receber informações das próprias instituições admitindo que não atingiram a proporção de um terço (33,3%) de professores com dedicação integral, exigida pela Lei de Diretrizes e Bases.
Das quatro universidades, a Unisa foi a que informou o menor percentual (8,4%). O maior foi da Unib (33,1%). Uniban e Unicsul declararam, respectivamente, 26,5% e 23,6%.
O objetivo de ter professores em tempo integral é incentivar a pesquisa e oferecer melhores condições de ensino (com horário remunerado para preparação de aulas, por exemplo).
A carga horária é de 40 horas semanais, sendo apenas metade em sala de aula. Os docentes com esses contratos custam mais às instituições, pois é necessário um número maior de professores para atender o mesmo número de alunos.
"É muita cara-de-pau. O próprio cara admite que não cumpre a lei, que é bem clara", disse o procurador da República em São Paulo Sergio Gardenghi Suiama, que assinou ontem as recomendações às escolas.
As universidades citadas pelo procurador afirmam que seguem ou já estão próximas de atingir o percentual exigido.
O número de docentes com dedicação integral é uma das exigências para que as escolas sejam classificadas como universidade. A modalidade dá mais autonomia que os demais modelos (faculdades e centros universitários), como na abertura de cursos, por exemplo.
A investigação começou após a Folha publicar, em maio do ano passado, reportagem que mostrou que apenas 37 das 86 universidades privadas do país cumpriam a proporção prevista na Lei de Diretrizes e Bases. As informações tinham como fonte o Censo da Educação Superior do MEC de 2006.
Na capital, área de atuação de Suiama, sete instituições não haviam atingido o patamar necessário e foram questionadas pela Procuradoria.
Além das quatro instituições notificadas, a Universidade São Marcos e a Unicid informaram já terem se adequado, dados que ainda serão averiguados pelo Ministério Público.
Já a Unicastelo não respondeu aos questionamentos até o momento, segundo Suiama.


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