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Prefeitura "liberta" a figueira acorrentada
Árvore centenária estava presa a um muro
CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO
A figueira centenária do
largo da Memória, no centro
de São Paulo, foi finalmente
"libertada". Os grilhões que a
prenderam por mais de 20
anos ao muro da Xavier de
Toledo foram cortados por
técnicos da prefeitura.
A Secretaria do Verde e do
Meio Ambiente esteve lá anteontem e confirmou que a
árvore está em bom estado.
Ela não tinha risco de cair
e a corrente que a prendia
não tinha razão de ser. Parte
dela foi cortada e deixou de
ligar a figueira à parede, como se a árvore quisesse fugir.
Apenas o pedaço que já estava dentro da árvore não foi
removido, porque isso poderia causar ferimentos no tecido da figueira e deixá-la vulnerável a doenças e pragas.
A vistoria foi feita após a
Folha mostrar que a árvore
estava assim há anos, sem
que a corrente fosse notada.
CONSERVAÇÃO
O laudo da vistoria diz que
a parte inferior do tronco da
Ficus organensis tem sinais
de lesões cicatrizadas e de lesões nas raízes -que são características da espécie.
O diagnóstico acrescenta
que "sua copa é frondosa e
está bem distribuída".
Segundo os técnicos, a
corrente foi colocada há muito tempo, provavelmente
com a intenção de conter o
crescimento da árvore. Mas
uma das pontas da cadeia já
estava quebrada e ela não
servia mais à função inicial.
Hoje resta apenas uma
ponta da corrente saindo no
muro e outra atravessando
um pedaço do tronco, para
lembrar da história recente.
O largo onde a árvore foi
acorrentada é tombado. Lá
está o obelisco -monumento mais antigo de São Paulo,
criado em 1814- e o chafariz
inativo, feito em 1922.
Ali era ponto de encontro
de viajantes, que paravam na
bica para encher seus cantis.
Segundo Sidnéa Silva,
presidente da Ação Local Ladeira da Memória, o largo ganhou este nome devido ao
obelisco em homenagem ao
governo, porque obeliscos
são sempre erguidos "à memória de algum fato".
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