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Cai a restrição a aviões em Congonhas
Com a decisão liminar, estão autorizados os pousos de Boeings e Fokkers que haviam sido proibidos pela Justiça Federal
Proibição, que passaria a vigorar hoje, afetaria 10 mil passageiros por dia; ordem para fechar o aeroporto em caso de chuva está mantida
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O desembargador Antônio
Cedenho, do Tribunal Regional
Federal da 3ª Região, revogou
ontem a proibição a aeronaves
Boeing-737/700, Boeing-737/
800 e Fokker-100 de pousar no
aeroporto de Congonhas (zona
sul de SP) a partir de hoje.
A decisão, em caráter liminar, atendeu a recurso da Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil). Mas o desembargador
determinou que a pista principal seja fechada em caso de
chuva forte e moderada para
evitar aquaplanagem.
Ontem, por exemplo, Congonhas fechou às 20h10 em razão
da chuva. Os transtornos se espalharam pelo país, segundo a
Anac. Às 22h20, a pista auxiliar
estava liberada. A principal seguia fechada até o fechamento
desta edição. O órgão não tinha
balanço do efeito-cascata.
O bloqueio dos três modelos
de aeronaves havia sido determinado pelo juiz-substituto
Ronald Carvalho Filho, da Justiça Federal de São Paulo.
"É certo que a interrupção
dos pousos e decolagens no aeroporto de Congonhas, independentemente de precipitação pluviométrica, configura
medida que poderia influenciar
negativamente o cenário econômico-financeiro, quer em
âmbito nacional, quer com repercussão internacional", afirma o desembargador.
Se o bloqueio entrasse em vigor, pelo menos 10 mil passageiros e cerca de 40% dos vôos
do aeroporto de Congonhas seriam afetados por dia.
Para Denise Abreu, presidente interina da agência, foi uma
decisão "correta" e "muito bem
embasada tecnicamente".
"Para nós, a manutenção do
aeroporto de Congonhas do
modo como já funciona, mantida a operação da pista, é o correto para o usuário, para o país
e para a América do Sul."
Ela citou os argumentos aceitos pelo desembargador: se a
agência regula e fiscaliza a aviação, é a responsável pela segurança das operações. Logo, para
Denise Abreu, se a agência dava
chancela técnica à segurança
em Congonhas, o aeroporto tinha condições de operar.
Com a decisão do TRF, Anac
e Infraero desmobilizaram as
medidas previstas para a restrição. Hoje a agência anuncia os
planos das companhias aéreas
para evitar atrasos no Carnaval.
Para José de Anchieta Moreira Hélcias, da diretoria do
Snea (Sindicato Nacional das
Empresas Aeroviárias), a decisão foi positiva. "A Anac e a Infraero já tinham tomado as medidas para dar total segurança
às operações em Congonhas."
Empresas
O presidente da Ocean Air,
Carlos Ebner, disse ontem que
a suspensão da proibição foi
"uma volta ao bom senso".
A Ocean Air afirma não ter
nenhum plano de saída de Congonhas. "A movimentação logística seria muito grande e a
cidade de Guarulhos [onde está
o aeroporto de Cumbica] não
tem infra-estrutura para isso."
Para a TAM, foi "correta" a
queda da proibição. A Gol, que
havia marcado uma coletiva de
imprensa para a tarde de ontem, cancelou o evento.
Com FABIANE LEITE, da Reportagem Local
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