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Por US$ 6 mi, Buenos Aires põe a venda seu mais caro apartamento
O comprador levará um símbolo argentino: o que há de mais luxuoso do edifício Kavanagh, marco do estilo art-déco localizado no principal centro comercial da cidade
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
Quem estiver de passagem
por Buenos Aires neste verão
tem uma nova opção de compra
ali mesmo na rua Florida, o
principal centro comercial da
cidade: o apartamento mais caro da capital argentina.
Por US$ 5,9 milhões (R$ 14
milhões), o comprador leva um
símbolo argentino: o que há de
mais luxuoso do edifício Kavanagh, marco do estilo art-déco
que superou, em 1936, o edifício Martinelli (em São Paulo)
como maior estrutura de concerto armado do mundo e arranha-céu mais alto da América
Latina: 120 metros.
Hoje o Kavanagh não chega
perto dos 170 metros da Torre
Cavia, em Palermo, o maior da
cidade. Mas o preço da unidade
passa em muito o dos últimos
lançamentos de Puerto Madero, região mais valorizada de
Buenos Aires. São US$ 8.126
para cada um dos 726 m2 -as
cotações do bairro portuário ficam entre US$ 2.700 e US$
5.000 o m2.
Quem vende é Alain Levenfiche, 57, lorde francês com título de nobreza inglesa. Levenfiche comprou o apartamento
pela metade do preço em 2004
e diz ter investido US$ 1 milhão
em reformas, que incluíram
mármore africano nos banheiros e vidro antirruído.
Seu toque pessoal inclui excentricidades como chifres de
marfim, tapete de zebra, pista
de dança e uma réplica de mordomo que, de tão real, recebeu
um "bom dia" da reportagem.
Quem conduz a Folha pelos
22 cômodos é o corretor Felix
Lugo, 54. Em português -morou 17 anos na capital paulista-, diz que "o mais importante é a localização". Cita a "visão
do poderio econômico" das
torres de Retiro, da praça San
Martin, do rio da Prata.
O Kavanagh foi ideia da milionária irlandesa Corina Kavanagh, que sonhava alugar suas
unidades para famílias ricas sobreviventes da crise de 1929.
A tática de Lugo é oferecer o
imóvel a grandes empresas.
Mas aos brasileiros que não puderem bancar a oferta, resta o
consolo de outra vitória sobre
os argentinos: foi para o edifício do Banespa (em São Paulo)
que o Kavanagh perdeu, em
1947, o posto de maior prédio
da América Latina.
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