São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Por US$ 6 mi, Buenos Aires põe a venda seu mais caro apartamento

O comprador levará um símbolo argentino: o que há de mais luxuoso do edifício Kavanagh, marco do estilo art-déco localizado no principal centro comercial da cidade

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

Quem estiver de passagem por Buenos Aires neste verão tem uma nova opção de compra ali mesmo na rua Florida, o principal centro comercial da cidade: o apartamento mais caro da capital argentina.
Por US$ 5,9 milhões (R$ 14 milhões), o comprador leva um símbolo argentino: o que há de mais luxuoso do edifício Kavanagh, marco do estilo art-déco que superou, em 1936, o edifício Martinelli (em São Paulo) como maior estrutura de concerto armado do mundo e arranha-céu mais alto da América Latina: 120 metros.
Hoje o Kavanagh não chega perto dos 170 metros da Torre Cavia, em Palermo, o maior da cidade. Mas o preço da unidade passa em muito o dos últimos lançamentos de Puerto Madero, região mais valorizada de Buenos Aires. São US$ 8.126 para cada um dos 726 m2 -as cotações do bairro portuário ficam entre US$ 2.700 e US$ 5.000 o m2.
Quem vende é Alain Levenfiche, 57, lorde francês com título de nobreza inglesa. Levenfiche comprou o apartamento pela metade do preço em 2004 e diz ter investido US$ 1 milhão em reformas, que incluíram mármore africano nos banheiros e vidro antirruído.
Seu toque pessoal inclui excentricidades como chifres de marfim, tapete de zebra, pista de dança e uma réplica de mordomo que, de tão real, recebeu um "bom dia" da reportagem.
Quem conduz a Folha pelos 22 cômodos é o corretor Felix Lugo, 54. Em português -morou 17 anos na capital paulista-, diz que "o mais importante é a localização". Cita a "visão do poderio econômico" das torres de Retiro, da praça San Martin, do rio da Prata.
O Kavanagh foi ideia da milionária irlandesa Corina Kavanagh, que sonhava alugar suas unidades para famílias ricas sobreviventes da crise de 1929.
A tática de Lugo é oferecer o imóvel a grandes empresas. Mas aos brasileiros que não puderem bancar a oferta, resta o consolo de outra vitória sobre os argentinos: foi para o edifício do Banespa (em São Paulo) que o Kavanagh perdeu, em 1947, o posto de maior prédio da América Latina.


Texto Anterior: 49% se disseram contra união entre mesmo sexo
Próximo Texto: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.