São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2009

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MICHELLE SPLITTER (1989-2009)

Uma breve paixão pela quadra de basquete

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se havia um lugar onde Michelle Splitter, de 1,97 m, se sentia bem, diz o irmão Tiago, esse lugar era a quadra de basquete. "Ela começou bem pequena, por influência do nosso pai, que não chegou a jogar profissionalmente."
Vita, preparador físico da equipe Unimed/Americana, na qual a atleta jogou nos últimos tempos, percebeu rápido a paixão da jogadora. "Às vezes eu tinha que tirá-la da partida, ou ela exagerava."
Michelle tinha restrições. Em 2004, aos 15, soube que estava com leucemia. Ficou três anos afastada, até que a doença deu um respiro.
Em seu breve currículo, foi campeã paulista juvenil em 2007, campeã catarinense infanto-juvenil em 2004 e campeã catarinense mirim em 2003. O ápice da carreira veio no começo de 2008, com a convocação para disputar amistosos em Cuba pela Seleção Brasileira adulta.
"Ela trouxe presentes pra gente", lembra Ana Paula Graciano, 19, que dividiu o quarto "bagunçado" com Michelle, numa república de jogadoras em Americana.
A companheira de quarto conta que Michelle vivia pendurada na internet e era muito alegre. "A gente brincava com tudo, mesmo quando ela já estava carequinha."
Ana conta que a jogadora -pivô como o irmão Tiago, que joga na Seleção Brasileira- "chorou muito" quando a doença voltou, em março de 2008. No mês passado, Michelle passou por um transplante de medula, mas não resistiu a uma infecção e morreu na segunda, aos 19, em Campinas (SP).

obituario@grupofolha.com.br


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