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MICHELLE SPLITTER (1989-2009)
Uma breve paixão pela quadra de basquete
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Se havia um lugar onde
Michelle Splitter, de 1,97 m,
se sentia bem, diz o irmão
Tiago, esse lugar era a quadra
de basquete. "Ela começou
bem pequena, por influência
do nosso pai, que não chegou
a jogar profissionalmente."
Vita, preparador físico da
equipe Unimed/Americana,
na qual a atleta jogou nos últimos tempos, percebeu rápido a paixão da jogadora.
"Às vezes eu tinha que tirá-la
da partida, ou ela exagerava."
Michelle tinha restrições.
Em 2004, aos 15, soube que
estava com leucemia. Ficou
três anos afastada, até que a
doença deu um respiro.
Em seu breve currículo, foi
campeã paulista juvenil em
2007, campeã catarinense
infanto-juvenil em 2004 e
campeã catarinense mirim
em 2003. O ápice da carreira
veio no começo de 2008, com
a convocação para disputar
amistosos em Cuba pela Seleção Brasileira adulta.
"Ela trouxe presentes pra
gente", lembra Ana Paula
Graciano, 19, que dividiu o
quarto "bagunçado" com Michelle, numa república de jogadoras em Americana.
A companheira de quarto
conta que Michelle vivia
pendurada na internet e era
muito alegre. "A gente brincava com tudo, mesmo quando ela já estava carequinha."
Ana conta que a jogadora
-pivô como o irmão Tiago,
que joga na Seleção Brasileira- "chorou muito" quando
a doença voltou, em março
de 2008. No mês passado,
Michelle passou por um
transplante de medula, mas
não resistiu a uma infecção e
morreu na segunda, aos 19,
em Campinas (SP).
obituario@grupofolha.com.br
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