Moacyr Lopes Jr. - 23.fev.99/Folha Imagem

O prefeiro Celso Pitta, que obteve os piores índices de avaliação

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
da Reportagem Local

A comparação do índice de popularidade de Celso Pitta (PPB) com o dos últimos três prefeitos de São Paulo mostra que, na média, ele é responsável pela administração mais reprovada pelos paulistanos, tecnicamente empatado com Jânio Quadros.
Para chegar a essa conclusão, o Datafolha analisou apenas os dois primeiros anos de governo dos quatro prefeitos, que tendem a ser os mais impopulares da administração.
O objetivo ao adotar esse período foi não prejudicar Pitta, o que ocorreria se fossem incorporados à comparação os picos de aprovação dos ex-prefeitos -sempre na segunda metade de seus mandatos, quando inauguram as obras iniciadas nos anos anteriores.
Foram consideradas quatro pesquisas para cada prefeito: as de seis meses, um ano, um ano e meio e dois anos de governo.
O resultado foi que, na média dos dois primeiros anos de governo, o prefeito Celso Pitta teve um índice de popularidade de 62 -numa escala em que 0 (zero) equivale à reprovação total, 200 (duzentos) significa aprovação absoluta e 100 (cem), neutralidade.
Jânio Quadros, que administrou a cidade entre 1986 e 1988, obteve um índice médio de 67 nos primeiros dois terços de sua gestão.
A margem de erro do índice é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos. O que significa que Jânio poderia ter entre 63 e 71, empatando tecnicamente com Celso Pitta, cujo índice pode oscilar entre 58 e 66.
Em relação aos demais prefeitos, a popularidade de Pitta nos dois primeiros anos de governo é bastante desfavorável.

Pior que Jânio
Paulo Maluf (1993 a 1996) teve a administração com maior média de aprovação na primeira metade do mandato: índice de 91. Em segundo lugar aparece Luiza Erundina (1989 a 1992), cujo índice médio de popularidade foi de 83.
Mesmo na comparação com Jânio, porém, o desempenho de Pitta na prefeitura ao longo do tempo lhe é desfavorável.
Em dezembro de 1987, após dois anos de governo, Jânio já começava a registrar um aumento de sua popularidade, passando de um índice 43 em junho de 1987 para 72 em dezembro daquele ano.
A tendência continuou até setembro de 1988, quando ele atingiu uma avaliação positiva de 117. Ao final do governo, em dezembro, Jânio obteve um índice neutro, de 98.
A mesma curva pode ser encontrada nos gráficos das administrações de Paulo Maluf e Luiza Erundina: na pesquisa que marca o final dos dois primeiros anos de governo a popularidade de ambos já estava em ascensão.
No caso de Erundina, o índice passou de 79 em junho de 1990 para 84 em dezembro daquele ano. Houve um aumento da reprovação em junho de 1991, mas ela recuperou-se seis meses depois, chegando a 100. Erundina terminou o mandato com 91, o que indica uma leve reprovação.
Paulo Maluf, por sua vez, já tinha uma avaliação positiva quando chegou à metade de seu mandato, e sua popularidade vinha crescendo: seu índice passara de 89 em junho de 1994 para 110 em dezembro daquele ano.
A aprovação ao ex-prefeito seguiu em alta pelos dois anos seguintes, até atingir o nível positivo de 146 ao final de seu mandato.

Em queda
No caso de Pitta, a tendência é oposta à de seus três antecessores no cargo. O atual prefeito chegou à metade de seu mandato com a popularidade em queda: seu índice caiu de 57 para 50, entre junho e dezembro do ano passado.
Para piorar, na pesquisa feita na semana passada, sua popularidade já havia batido em 46 -a mais baixa desde que assumiu a prefeitura, em janeiro de 1997.
A análise das nove pesquisas feitas pelo Datafolha desde sua posse mostra que em apenas um momento Pitta chegou a ter uma avaliação neutra. Em março de 1997, apenas três meses após virar prefeito, seu índice foi de 103. Mas ele nunca mais chegou nem próximo a esse patamar.


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