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REDE DE CORRUPÇÃO
Segundo secretário-adjunto, corregedoria vai investigar suposto recebimento de propinas por policiais
Órgão vai apurar ação de polícia em esquema
da Reportagem Local
O secretário-adjunto da Segurança Pública
de São Paulo,
Mário Papaterra
Limongi, disse
ontem que as
corregedorias
das Polícias Civil e Militar vão investigar o suposto recebimento de
propinas de loteamentos clandestinos, caso seja confirmada a participação de policiais no esquema.
A Folha divulgou ontem documento com o caixa de quatro cooperativas que promovem loteamentos clandestinos na zona norte
de São Paulo.
O documento mostra que a máfia da propina não se limita a funcionários de administrações regionais. O caixa pode envolver órgãos
da polícia, além de deputado e vereador.
A suspeita surgiu porque o documento traz nomes e valores de pagamentos feitos supostamente para que o loteamento fosse feito,
mesmo em situação irregular.
A máfia dos loteamentos é uma
ramificação do caso que já está
sendo investigado pelo Ministério
Público e pela polícia sobre um esquema de corrupção envolvendo
as regionais (leia texto ao lado).
"Uma vez comprovado o envolvimento de policiais civis e militares nesse esquema, serão acionadas as respectivas corregedorias",
disse Limongi.
Segundo o secretário-adjunto, as
investigações sobre a máfia da
propina prosseguirão normalmente, envolvendo três delegados
de polícia, que já apuram o caso.
O corregedor da Polícia Militar,
coronel Luiz Carlos Guimarães,
disse que o órgão checará "a fundamentação" do envolvimento de
um soldado da Polícia Florestal na
máfia da propina para determinar
a abertura de sindicância.
O vereador Cosme Lopes e o deputado estadual Conte Lopes, ambos do PPB, podem ser chamados
para prestar depoimento sobre o
esquema revelado ontem pela Folha, segundo o delegado Naief
Saad Neto, que investiga a máfia
da propina.
Os nomes dos dois aparecem no
documento obtido pela Folha ao
lado de valores que seriam pagos
por cooperativas habitacionais.
Segundo Saad Neto, a polícia depende do depoimento do empresário Marcos José Gomes para
aprofundar as investigações.
Gomes foi preso na sexta-feira e
é apontado como um dos responsáveis por um esquema que distribuiu propina e que reúne quatro
cooperativas que dividiram 600
mil m2 em 1.200 lotes no Tucuruvi.
O negócio, irregular, pode ter
rendido cerca de R$ 24 milhões.
No documento, também aparecem os nomes de dois assessores
de Cosme Lopes, que estão foragidos. O vereador e o deputado negam o envolvimento com o esquema e o recebimento de propina.
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