DA REPORTAGEM LOCAL

Dois sequestros forjados foram descobertos pela polícia no final de semana na Grande São Paulo. Em um deles, uma adolescente, com a ajuda do namorado, conseguiu que a sua família pagasse o resgate. A mentira durou poucas horas e as falsas vítimas confessaram a farsa à polícia.
"O número de ocorrências de sequestros forjados vem crescendo. Eles aproveitam o crime da moda para tirar vantagem", afirmou o delegado Godofredo Bittencourt, diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado).
O primeiro sequestro forjado foi descoberto em Ribeirão Pires. Quatro jovens simularam a extorsão da família de um deles. Os pais de K.B.F., 15, receberam o telefonema dos falsos sequestradores na tarde de sexta-feira.
Eles pediram inicialmente R$ 1,5 mil. Como a família não tinha o dinheiro, baixaram para R$ 400. A mãe da adolescente foi até a rodovia Índio Tibiriçá, sexta-feira à noite, e pagou o resgate.
A calma e o detalhamento com que K. narrou o sequestro fizeram a polícia desconfiar. No final, a menor confessou a farsa e apontou a participação de D.M.S., 16, namorado da adolescente, F.P.G., 16, e Alexandro Silva Sertão, 18. Os quatro foram liberados e responderão pelo crime de extorsão.
"Eles assistem na TV e pensam que é fácil", disse José Rosa Incerpi, delegado de Ribeirão Pires.
No outro caso, o vendedor José Carlos Soarez, 34, armou o próprio sequestro em Vargem Grande Paulista para a ex-mulher.
Após ela pagar R$ 1.000, Soarez foi encontrado amarrado em um posto de gasolina em Itaquaquecetuba. Na polícia, disse que queria "sensibilizar" a ex-mulher, de quem se separou há um mês.



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