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São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2003

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Ação pedirá destituição da diretoria de sindicato

DA REPORTAGEM LOCAL

A Promotoria de Habitação e Urbanismo pedirá em ação civil pública a destituição da diretoria do sindicato dos motoristas e cobradores de São Paulo. O pedido está baseado, segundo Carlos Alberto Amin Filho, promotor de Habitação e Urbanismo, nos sucessivos descumprimentos de ordens judiciais por parte da entidade que representa a categoria.
"Já que eles nunca cumprem aquilo que fica acordado, utilizaremos a destituição como mais uma forma de pressão", afirmou Amin Filho.
O Ministério Público ainda não recebeu a relação com os nomes dos diretores da entidade, mas, segundo Amin Filho, a punição não ficará restrita ao presidente do sindicato, Edivaldo Santiago.
Na mesma ação, ele também pretende fazer valer uma liminar deste ano que prevê que o sindicato seja punido com uma multa de R$ 5 milhões por dia por atos violentos durante uma greve -apesar de não estar definido ainda como essa cobrança será feita.
As medidas foram tomadas depois de uma reunião entre o promotor Amin Filho e Jilmar Tatto, secretário municipal dos Transportes. E essa não foi a única atitude do secretário para tentar reverter os rumos da greve.
Pela manhã, ele foi à Procuradoria Regional do Trabalho requisitar ao órgão que alegasse na Justiça a ilegalidade da paralisação. Tatto também propôs uma multa de R$ 200 mil por dia de paralisação. Obteve um sinal de apoio da procuradora Oksana Dziura Boldo, que disse que a prefeitura "está fazendo a sua parte".

Surpresa
O descredenciamento de nove viações de ônibus no último sábado foi criticado por empresários e condutores, que alegam terem sido surpreendidos com a notícia.
Os donos das viações e os motoristas dizem que já havia uma negociação para definir a situação desses trabalhadores. Algumas garagens já tinham, inclusive, anunciado um programa de demissões voluntárias.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que acompanhou as negociações ontem no TRT, disse acreditar que o programa de demissões poderia atrair 5.000 funcionários do sistema de ônibus de São Paulo.
Paulinho prevê novas turbulências no setor -diferentemente da prefeita Marta Suplicy, que classificou a greve de ontem como o "último enfrentamento" por conta da implantação do novo sistema de transporte coletivo.
Os condutores, cujo dissídio coletivo está marcado para o próximo mês, já começaram a campanha salarial e pedem um reajuste de 17,79%. A agitação do segmento também é motivada pela eleição da direção do sindicato da categoria, que deve ocorrer no segundo semestre deste ano.
Embora a oposição ao atual presidente Edivaldo Santiago ainda não tenha força, sindicalistas avaliam que a demissão de mais de 10 mil trabalhadores iria evitar sua recondução ao cargo. (AI E PC)


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