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Ação pedirá destituição da diretoria de sindicato
DA REPORTAGEM LOCAL
A Promotoria de Habitação e
Urbanismo pedirá em ação civil
pública a destituição da diretoria
do sindicato dos motoristas e cobradores de São Paulo. O pedido
está baseado, segundo Carlos Alberto Amin Filho, promotor de
Habitação e Urbanismo, nos sucessivos descumprimentos de ordens judiciais por parte da entidade que representa a categoria.
"Já que eles nunca cumprem
aquilo que fica acordado, utilizaremos a destituição como mais
uma forma de pressão", afirmou
Amin Filho.
O Ministério Público ainda não
recebeu a relação com os nomes
dos diretores da entidade, mas,
segundo Amin Filho, a punição
não ficará restrita ao presidente
do sindicato, Edivaldo Santiago.
Na mesma ação, ele também
pretende fazer valer uma liminar
deste ano que prevê que o sindicato seja punido com uma multa de
R$ 5 milhões por dia por atos violentos durante uma greve -apesar de não estar definido ainda como essa cobrança será feita.
As medidas foram tomadas depois de uma reunião entre o promotor Amin Filho e Jilmar Tatto,
secretário municipal dos Transportes. E essa não foi a única atitude do secretário para tentar reverter os rumos da greve.
Pela manhã, ele foi à Procuradoria Regional do Trabalho requisitar ao órgão que alegasse na Justiça a ilegalidade da paralisação.
Tatto também propôs uma multa
de R$ 200 mil por dia de paralisação. Obteve um sinal de apoio da
procuradora Oksana Dziura Boldo, que disse que a prefeitura "está fazendo a sua parte".
Surpresa
O descredenciamento de nove
viações de ônibus no último sábado foi criticado por empresários e
condutores, que alegam terem sido surpreendidos com a notícia.
Os donos das viações e os motoristas dizem que já havia uma negociação para definir a situação
desses trabalhadores. Algumas
garagens já tinham, inclusive,
anunciado um programa de demissões voluntárias.
O presidente da Força Sindical,
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho,
que acompanhou as negociações
ontem no TRT, disse acreditar
que o programa de demissões poderia atrair 5.000 funcionários do
sistema de ônibus de São Paulo.
Paulinho prevê novas turbulências no setor -diferentemente da
prefeita Marta Suplicy, que classificou a greve de ontem como o
"último enfrentamento" por conta da implantação do novo sistema de transporte coletivo.
Os condutores, cujo dissídio coletivo está marcado para o próximo mês, já começaram a campanha salarial e pedem um reajuste
de 17,79%. A agitação do segmento também é motivada pela eleição da direção do sindicato da categoria, que deve ocorrer no segundo semestre deste ano.
Embora a oposição ao atual presidente Edivaldo Santiago ainda
não tenha força, sindicalistas avaliam que a demissão de mais de 10
mil trabalhadores iria evitar sua
recondução ao cargo.
(AI E PC)
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