|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMBIENTE
Diretor de indústria apontada como responsável por poluição de rios em MG, RJ e ES estava foragido desde o dia 3
Preso em SP diretor de empresa poluidora
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A Polícia Federal prendeu ontem em São Paulo o diretor administrativo da Indústria Cataguazes de Papel, apontada como a
responsável pelo vazamento de
resíduos tóxicos que contaminou
a água de rios nos Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro e
que agora avança pelo litoral do
Espírito Santo.
Félix Luiz Santana Areciba estava sendo procurado desde o último dia 3, acusado de praticar crime contra o ambiente. Outro diretor da empresa, João Gregório
do Bem, continua foragido.
O juiz federal Marcelo Luzio, de
Campos (RJ), decretou a prisão
de ambos depois de a cidade ser
atingida pela contaminação.
Cerca de 12 milhões de litros de
produtos, que estavam em um reservatório da fábrica, vazaram para os rios Pomba e Paraíba do Sul
no último dia 29, causando mortandade de peixes e de animais ribeirinhos que beberam a água. Do
sudeste de Minas Gerais, a mancha tóxica atingiu a região norte
do Estado do Rio de Janeiro, o
oceano e agora o litoral capixaba.
Areciba foi preso na esquina da
alameda Santos com a rua Pamplona, em Cerqueira César (zona
oeste da capital paulista), por volta das 8h30, após deixar o apartamento de uma amiga em um carro. O empresário não reagiu nem
tentou fugir ao ser cercado. Segundo a Polícia Federal, o diretor
disse que estava aguardando decisão de Justiça sobre um habeas
corpus -pedido para suspender
a ordem de prisão-, conforme
orientação de seus advogados. Só
depois se apresentaria à polícia.
A operação para prendê-lo começou na última sexta-feira, depois que a Superintendência da
Polícia Federal em São Paulo recebeu cópia da ordem de prisão
com um provável endereço dele
na capital. Ontem, por volta das
5h, a polícia localizou o apartamento onde ele estaria e o esperou sair no início da manhã.
Areciba foi transferido à tarde
para o Rio de Janeiro, de onde iria
para Campos e seria ouvido.
O advogado dos donos da Cataguazes, Antônio Ribeiro Farage,
não quis falar sobre a defesa de
seus clientes. "Eu não gostaria de
adiantar nada. Vamos falar apenas na quarta-feira [amanhã" durante uma entrevista coletiva",
disse ele, acrescentando só que está tomando todas as providências
que o caso requer.
Ele não estava na cidade de
Campos, para onde o empresário
foi levado ontem pela Polícia Federal. "Outras pessoas ligadas à
empresa estão lá tomando providências", afirmou. Dois advogados estiveram com Areciba em
São Paulo, após a sua prisão. Eles
não foram localizados ontem.
Texto Anterior: Violência 2: Menor que atirou no pai faz ameaças Próximo Texto: Governo de MG diz que não sabia de risco Índice
|