UOL


São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AMBIENTE

Diretor de indústria apontada como responsável por poluição de rios em MG, RJ e ES estava foragido desde o dia 3

Preso em SP diretor de empresa poluidora

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A Polícia Federal prendeu ontem em São Paulo o diretor administrativo da Indústria Cataguazes de Papel, apontada como a responsável pelo vazamento de resíduos tóxicos que contaminou a água de rios nos Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro e que agora avança pelo litoral do Espírito Santo.
Félix Luiz Santana Areciba estava sendo procurado desde o último dia 3, acusado de praticar crime contra o ambiente. Outro diretor da empresa, João Gregório do Bem, continua foragido.
O juiz federal Marcelo Luzio, de Campos (RJ), decretou a prisão de ambos depois de a cidade ser atingida pela contaminação.
Cerca de 12 milhões de litros de produtos, que estavam em um reservatório da fábrica, vazaram para os rios Pomba e Paraíba do Sul no último dia 29, causando mortandade de peixes e de animais ribeirinhos que beberam a água. Do sudeste de Minas Gerais, a mancha tóxica atingiu a região norte do Estado do Rio de Janeiro, o oceano e agora o litoral capixaba.
Areciba foi preso na esquina da alameda Santos com a rua Pamplona, em Cerqueira César (zona oeste da capital paulista), por volta das 8h30, após deixar o apartamento de uma amiga em um carro. O empresário não reagiu nem tentou fugir ao ser cercado. Segundo a Polícia Federal, o diretor disse que estava aguardando decisão de Justiça sobre um habeas corpus -pedido para suspender a ordem de prisão-, conforme orientação de seus advogados. Só depois se apresentaria à polícia.
A operação para prendê-lo começou na última sexta-feira, depois que a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo recebeu cópia da ordem de prisão com um provável endereço dele na capital. Ontem, por volta das 5h, a polícia localizou o apartamento onde ele estaria e o esperou sair no início da manhã.
Areciba foi transferido à tarde para o Rio de Janeiro, de onde iria para Campos e seria ouvido.
O advogado dos donos da Cataguazes, Antônio Ribeiro Farage, não quis falar sobre a defesa de seus clientes. "Eu não gostaria de adiantar nada. Vamos falar apenas na quarta-feira [amanhã" durante uma entrevista coletiva", disse ele, acrescentando só que está tomando todas as providências que o caso requer.
Ele não estava na cidade de Campos, para onde o empresário foi levado ontem pela Polícia Federal. "Outras pessoas ligadas à empresa estão lá tomando providências", afirmou. Dois advogados estiveram com Areciba em São Paulo, após a sua prisão. Eles não foram localizados ontem.


Texto Anterior: Violência 2: Menor que atirou no pai faz ameaças
Próximo Texto: Governo de MG diz que não sabia de risco
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.