JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo impediu a realização de um show de música eletrônica que aconteceria às 23h de ontem no Hotel Unique, no Itaim, um dos mais sofisticados da cidade.
O hotel e a empresa produtora, a WorkAll, foram autuados. Nenhum dos dois havia retirado o alvará necessário para a realização do evento, que reuniria cerca de mil pessoas -no local, cabem 3.000 pessoas. Os ingressos variavam de R$ 60 a R$ 120.
O show, com a participação de DJs de vários países, era uma promoção da multinacional de material esportivo Reebok. Pouco antes de seu início, ele foi transferido para a Space, na Vila Olímpia.
Para eventos que reúnam mais de cem pessoas, é necessário que o promotor requeira, com um mês de antecedência, o chamado alvará provisório. O hotel Unique já promoveu vários shows, como o do Moby e o do grupo Cake. Nem a prefeitura nem o hotel souberam dizer se nesses casos havia sido retirado o alvará.
O hotel e a empresa foram autuados pela Subprefeitura de Pinheiros a apresentar o alvará às 14h35. Como não tinham o documento até por volta das 20h, advogados do hotel tentaram obter uma liminar que permitisse a realização do evento, mas a Justiça não acatou o pedido.
A irregularidade foi descoberta pela CPI da Câmara, que apura as condições de funcionamento de casas de eventos que reúnem mais de cem pessoas. Por volta das 14h, os vereadores foram ao hotel acompanhar a fiscalização que, segundo eles, ocorreria no local.
Mas foram barrados na porta, enquanto uma agente da subprefeitura aplicava o auto de infração sem que eles soubessem. O vereador Antonio Carlos Rodrigues (PL) quis entrar, foi impedido pela segurança e empurrou um deles. Houve confusão. "Quero ver barrarem um vereador", disse.