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contra
Para Roger, fumante é tratado como sem-caráter
Parece que o fumante é um grosso, que fuma porque quer
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DA REPORTAGEM LOCAL
"É preconceito", diz o
músico Roger Moreira, do
Ultraje a Rigor, sobre a
proibição de fumar em
ambientes fechados. Para
ele, fumante há 35 anos, as
restrições deveriam se estender ao álcool, que também faz mal à saúde. "Os
bêbados me incomodam
muito, provocam acidentes de carro, às vezes cometem crimes. Vamos nivelar tudo, proibir tudo
também".
(MARIANA BARROS)
FOLHA - O veto é preconceituoso em relação ao fumante?
ROGER MOREIRA- Parece
que o fumante é um grosso, que fuma porque quer,
que não se incomoda com
os outros... Essa desculpa
de que estou fazendo mal à
saúde do outro, há controvérsia. Se ficar provado,
OK, vamos tirar também
quem estiver fazendo mal
para mim. Ônibus a diesel? Tira. O outro bebeu e
me encheu o saco? Tira. É
justo ou não é justo.
FOLHA - E agora que virou lei?
ROGER - Acho hipócrita,
porque na hora de resolver
problema de falta dinheiro, aumenta-se o imposto
de cigarro. Se todo mundo
parasse de fumar hoje, o
Brasil ia ter de descolar dinheiro em outro lugar...
FOLHA - Como você acha que
será na prática?
ROGER - O [ex-prefeito
Paulo] Maluf já tinha proibido fumar em shopping, e
os próprios lojistas fazem
vista grossa porque querem essas pessoas. E os donos de bares, como vai ser?
Mesa na rua, mas daí não
pode. Ainda por cima tratam o fumante como um
cara sem caráter, quando
se sabe que é um vício, é
doença como o alcoolismo.
Acho muita intolerância...
FOLHA - E o fumante passivo?
ROGER - Tem o fumante
passivo e tem o alcoólatra
passivo, o cara que está andando na calçada e de repente um bêbado o atropela. Pra mim, é preconceito,
pura e simplesmente.
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