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EDMUNDO ALVES DA COSTA (1948-2009)
O triatleta não conseguiu dar o sprint final
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Sempre que faltavam 200
metros para a chegada, Edmundo da Costa apertava os
passos. No sprint final, triplicava a velocidade, diz Antônio
Cassimiro de Oliveira, companheiro nas provas de triatlo.
Ninguém nunca conferiu o
cálculo do amigo, mas a filha
de Edmundo, Keila, afirma
que o sprint era tão bonito que
arrancava aplausos da plateia.
Foram os sprints que o fizeram vencedor: Edmundo foi
campeão brasileiro de triatlo
em sua categoria de idade por
várias vezes -a última, em
2008. Competiu em Portugal,
Canadá, Suíça e Havaí. A cada
vitória, soltava um "cacetada",
para expressar alegria.
Nascido em Cocal (PI), mudou-se para Piripiri (PI) ainda
pequeno. Lá, conheceu a mulher, Maria Rita, com quem se
casou aos 25 por procuração:
ela disse o "sim" de Piripiri;
ele, de Brasília, para onde havia se mudado anos antes para
ser faxineiro numa papelaria.
De servente, passou a vendedor e a gerente. Depois,
abriu a própria papelaria. Nesse meio tempo, formou-se
em direito, profissão que só
exerceu aos 40, um ano antes de virar esportista.
Certa vez, a mulher lhe
deu uma rapadura no meio
da corrida, para aumentar a
energia. Mas ele passou mal.
No último domingo, em
MG, em uma prova, Edmundo, sentiu-se mal pouco antes do sprint final. Levado ao
hospital, não resistiu. Aos
60, deixou mulher, três filhos e três netos. A causa da
morte não foi esclarecida.
obituario@grupofolha.com.br
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