São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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EDMUNDO ALVES DA COSTA (1948-2009)

O triatleta não conseguiu dar o sprint final

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Sempre que faltavam 200 metros para a chegada, Edmundo da Costa apertava os passos. No sprint final, triplicava a velocidade, diz Antônio Cassimiro de Oliveira, companheiro nas provas de triatlo.
Ninguém nunca conferiu o cálculo do amigo, mas a filha de Edmundo, Keila, afirma que o sprint era tão bonito que arrancava aplausos da plateia.
Foram os sprints que o fizeram vencedor: Edmundo foi campeão brasileiro de triatlo em sua categoria de idade por várias vezes -a última, em 2008. Competiu em Portugal, Canadá, Suíça e Havaí. A cada vitória, soltava um "cacetada", para expressar alegria.
Nascido em Cocal (PI), mudou-se para Piripiri (PI) ainda pequeno. Lá, conheceu a mulher, Maria Rita, com quem se casou aos 25 por procuração: ela disse o "sim" de Piripiri; ele, de Brasília, para onde havia se mudado anos antes para ser faxineiro numa papelaria.
De servente, passou a vendedor e a gerente. Depois, abriu a própria papelaria. Nesse meio tempo, formou-se em direito, profissão que só exerceu aos 40, um ano antes de virar esportista.
Certa vez, a mulher lhe deu uma rapadura no meio da corrida, para aumentar a energia. Mas ele passou mal.
No último domingo, em MG, em uma prova, Edmundo, sentiu-se mal pouco antes do sprint final. Levado ao hospital, não resistiu. Aos 60, deixou mulher, três filhos e três netos. A causa da morte não foi esclarecida.

obituario@grupofolha.com.br


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