São Paulo, segunda-feira, 08 de maio de 2000


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Duas empresas vão substituir a Cavo depois de cinco anos
Empreitera desiste de coleta e prefeitura divide contrato


CHICO DE GOIS
GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local

A empreiteira Cavo (Companhia Auxiliar de Viação e Obras) desistiu de continuar realizando serviços de varrição e coleta de lixo na cidade de São Paulo. O contrato da empresa termina no próximo dia 24, depois de cinco anos. A intenção da prefeitura era prorrogá-lo por mais seis meses, em caráter de emergência, enquanto não é concluída a megalicitação que vai redefinir a exploração do serviço na cidade.
Com a desistência da Cavo, o secretário dos Serviços e Obras, João Octaviano Machado Neto, escolheu anteontem, por meio de uma consulta de preços, duas empresas que irão substituí-la. A Construtora Marquise S/A, de Fortaleza (CE), ficará responsável pelas áreas de Vila Formosa, Aricanduva e Mooca, na zona leste. Seu contrato, com duração de seis meses, foi estimado em R$ 10,1 milhões.
A Vega Sopave ganhou o direito de atuar na Vila Mariana, Vila Prudente, Ipiranga e parte do Jabaquara. A empresa irá receber R$ 25,6 milhões pelo serviço nos próximos seis meses.
A Cavo foi condenada neste ano a pagar cerca de R$ 390 milhões aos cofres públicos por causa de aditamentos contratuais considerados ilegais pela Justiça.
Foram duas condenações (março e abril), que atingiram três funcionários municipais e mais três empresas responsáveis pelo serviço de limpeza pública de São Paulo. A decisão da Justiça é de primeira instância e os réus podem recorrer. Enquanto o recurso estiver sendo analisado, a sentença fica suspensa.
A Cavo assinou, em 94, um contrato de R$ 65,9 milhões para cuidar da varrição e coleta do lixo de cinco regiões: Vila Mariana, Ipiranga, Vila Prudente, Vila Formosa e Aricanduva. O contrato era de quatro anos e seis meses, prorrogáveis por mais seis meses.
A empreiteira terminará o seu contrato recebendo R$ 175,8 milhões, segundo levantamento do gabinete do vereador José Eduardo Martins Cardoso (PT), feito com base nas publicação do "Diário Oficial" do Município.
Um aumento de 166% na comparação com o contrato original. A diferença foi possível graças a vários aditamentos autorizados pela administração municipal.
Como a prefeitura ainda não finalizou a megalicitação do lixo que vai definir as novas empresas que irão explorar o serviço, as quatro empresas que respondem atualmente pela varrição e coleta de lixo foram convidadas para assinar um contrato emergencial. A prorrogação poderá demorar pelo menos mais seis meses.
Apenas a Cavo não aceitou, alegando "desinteresse na continuidade da prestação de serviços". De acordo com uma nota de esclarecimento emitida pela empresa, a Cavo desistiu do contrato "em virtude do redirecionamento em seu planejamento estratégico". A empresa informou, também, que pretende direcionar seus negócios "preferencialmente junto à iniciativa privada".


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