|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Duas empresas vão substituir a Cavo depois de cinco anos
Empreitera desiste de coleta e prefeitura divide contrato
CHICO DE GOIS
GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local
A empreiteira Cavo (Companhia Auxiliar de Viação e Obras)
desistiu de continuar realizando
serviços de varrição e coleta de lixo na cidade de São Paulo. O contrato da empresa termina no próximo dia 24, depois de cinco anos.
A intenção da prefeitura era prorrogá-lo por mais seis meses, em
caráter de emergência, enquanto
não é concluída a megalicitação
que vai redefinir a exploração do
serviço na cidade.
Com a desistência da Cavo, o secretário dos Serviços e Obras,
João Octaviano Machado Neto,
escolheu anteontem, por meio de
uma consulta de preços, duas empresas que irão substituí-la. A
Construtora Marquise S/A, de
Fortaleza (CE), ficará responsável
pelas áreas de Vila Formosa, Aricanduva e Mooca, na zona leste.
Seu contrato, com duração de seis
meses, foi estimado em R$ 10,1
milhões.
A Vega Sopave ganhou o direito
de atuar na Vila Mariana, Vila
Prudente, Ipiranga e parte do Jabaquara. A empresa irá receber
R$ 25,6 milhões pelo serviço nos
próximos seis meses.
A Cavo foi condenada neste ano
a pagar cerca de R$ 390 milhões
aos cofres públicos por causa de
aditamentos contratuais considerados ilegais pela Justiça.
Foram duas condenações (março e abril), que atingiram três funcionários municipais e mais três
empresas responsáveis pelo serviço de limpeza pública de São Paulo. A decisão da Justiça é de primeira instância e os réus podem
recorrer. Enquanto o recurso estiver sendo analisado, a sentença fica suspensa.
A Cavo assinou, em 94, um contrato de R$ 65,9 milhões para cuidar da varrição e coleta do lixo de
cinco regiões: Vila Mariana, Ipiranga, Vila Prudente, Vila Formosa e Aricanduva. O contrato era
de quatro anos e seis meses, prorrogáveis por mais seis meses.
A empreiteira terminará o seu
contrato recebendo R$ 175,8 milhões, segundo levantamento do
gabinete do vereador José Eduardo Martins Cardoso (PT), feito
com base nas publicação do "Diário Oficial" do Município.
Um aumento de 166% na comparação com o contrato original.
A diferença foi possível graças a
vários aditamentos autorizados
pela administração municipal.
Como a prefeitura ainda não finalizou a megalicitação do lixo
que vai definir as novas empresas
que irão explorar o serviço, as
quatro empresas que respondem
atualmente pela varrição e coleta
de lixo foram convidadas para assinar um contrato emergencial. A
prorrogação poderá demorar pelo menos mais seis meses.
Apenas a Cavo não aceitou, alegando "desinteresse na continuidade da prestação de serviços".
De acordo com uma nota de esclarecimento emitida pela empresa, a Cavo desistiu do contrato
"em virtude do redirecionamento
em seu planejamento estratégico". A empresa informou, também, que pretende direcionar
seus negócios "preferencialmente
junto à iniciativa privada".
Texto Anterior: "Móvel veio lascado", diz consumidora Próximo Texto: Washington Luís será interditada Índice
|