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São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2003

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MATERNIDADE

Mãe descobriu ter anomalia rara no ano passado, ao fazer exames porque não conseguia engravidar; bebês passam bem

Mulher com dois úteros dá à luz gêmeos

DA AGÊNCIA FOLHA

Dois nascimentos a partir de um tipo raro de gestação ocorreram ontem no município de Cariacica, no Espírito Santo. Dois gêmeos bivitelinos foram dados à luz por Rosilene Fernandes Andrião, 28, que tem dois úteros. Cada um gerou um bebê.
O primeiro a nascer foi o menino Guilherme, às 7h. Pesava 2,4 kg e media 47 cm. Sua irmã, Gabriele, foi retirada da barriga da mãe dois minutos depois, pesando 1,9 kg e com 45 cm de altura. A gravidez exigiu cesariana.
Mãe e filhos passavam bem ontem, segundo o diretor clínico do Hospital Meridional, Ivan Lima. Prematuros em duas semanas, os bebês estavam internados, em observação, na Unidade de Terapia Intensiva neonatal. A mãe seguia em observação no seu quarto.
O médico contou que Andrião procurou ajuda médica no ano passado, relatando que tinha dificuldades para engravidar.
Submetida a exames, descobriu-se que ela é portadora de uma anomalia anatômica rara, chamada útero didelfo. Em linhas gerais, o útero dela é dividido em dois por um septo (parede).
Quase no final do ano, ainda segundo relato do médico, ela descobriu que estava grávida. Exames pré-natais mostraram que Andrião carregava gêmeos bivitelinos -gerados em óvulos diferentes. Os fetos estavam em úteros diferentes.
Ela enfrentou uma gravidez de alto risco. Isso porque, segundo explicação do médico Jorge Andalaft Neto, ginecologista e obstetra, os dois úteros, por possuírem cavidade menor, poderiam não suportar a distensão pelo crescimento dos fetos e o organismo provocar um aborto como forma de defesa. Ainda segundo ele, a menor cavidade uterina poderia favorecer o descolamento da placenta, com consequente hemorragia e aborto.
Lima e Andalaft Neto disseram que o caso de Andrião é raro, tanto pelo fato de ela ter conseguido engravidar como por ter conduzido a gestação até quase o final dos nove meses. (EDUARDO DE OLIVEIRA)


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