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PESQUISA
Especialistas da Unesco interpretaram desenhos de 3.944 alunos do ensino fundamental
Criança associa trânsito a violência
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O trânsito em grandes e pequenas cidades é associado a acidentes, atropelamentos, mortes, discussões e brigas por 64,7% dos
entrevistados em pesquisa da
Unesco (braço da Organização
das Nações Unidas para a educação) no Brasil.
A novidade é que as respostas
foram dadas na forma de desenhos, e o público-alvo do levantamento foi composto por crianças
do ensino fundamental -em
média, crianças entre 7 e 14 anos.
De fevereiro a maio do ano passado, cerca de 46 mil alunos de 14
Estados e do Distrito Federal desenharam o que lhes vinha à cabeça quando ouviam a palavra trânsito. Mesmo em Estados com baixa incidência de mortes causadas
por acidentes, os desenhos foram
de tragédias e violência.
Classificação
Do universo total do levantamento foi retirada uma amostra
de 3.944 desenhos. Houve três tipos de ilustração. No primeiro
grupo (47,5%), há imagens como
atropelamentos, batidas, a representação da morte com uma foice
na mão, inferno etc.
No segundo (17,2%), os pesquisadores identificaram cenas de
comportamento violento no trânsito, como discussões.
O terceiro grupo (35,3%) optou
por representações simples de
itens relacionados ao assunto, como faixas de pedestres e semáforos. Não foi encontrado nenhum
desenho com imagens positivas.
O maior índice de imagens negativas sobre o trânsito foi identificado no Espírito Santo (62,5%).
A seguir aparecem São Paulo
(56,3%) e Pará (44,7%). As menores taxas surgiram em Mato Grosso do Sul (7,4%) e Rio Grande do
Sul (9,1%).
Rumo à escola
A pesquisa faz parte do projeto
Rumo à Escola, uma parceria da
Unesco com o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito),
vinculado ao Ministério das Cidades. Segundo a coordenadora-geral do programa, Juciara Rodrigues, a pesquisa serviu para "confirmar o que já se sabia".
De acordo com Rodrigues, as
informações relacionadas ao
trânsito que as crianças recebem
estão sempre ligadas a violência,
uso de álcool e acidentes, inclusive em campanhas educativas.
O projeto distribui material didático, como fitas de vídeo e cartilhas, para alunos e professores.
Os alunos entrevistados estudavam em escolas públicas (dois terços) e particulares (um terço). O
universo da pesquisa abrangeu os
Estados de São Paulo, Rio Grande
do Norte, Rio Grande do Sul, Paraíba, Ceará, Alagoas, Espírito
Santo, Amapá, Santa Catarina,
Mato Grosso do Sul, Amazonas,
Paraná, Pará e Pernambuco, além
do Distrito Federal.
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