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São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2003

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PESQUISA

Especialistas da Unesco interpretaram desenhos de 3.944 alunos do ensino fundamental

Criança associa trânsito a violência

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O trânsito em grandes e pequenas cidades é associado a acidentes, atropelamentos, mortes, discussões e brigas por 64,7% dos entrevistados em pesquisa da Unesco (braço da Organização das Nações Unidas para a educação) no Brasil.
A novidade é que as respostas foram dadas na forma de desenhos, e o público-alvo do levantamento foi composto por crianças do ensino fundamental -em média, crianças entre 7 e 14 anos.
De fevereiro a maio do ano passado, cerca de 46 mil alunos de 14 Estados e do Distrito Federal desenharam o que lhes vinha à cabeça quando ouviam a palavra trânsito. Mesmo em Estados com baixa incidência de mortes causadas por acidentes, os desenhos foram de tragédias e violência.

Classificação
Do universo total do levantamento foi retirada uma amostra de 3.944 desenhos. Houve três tipos de ilustração. No primeiro grupo (47,5%), há imagens como atropelamentos, batidas, a representação da morte com uma foice na mão, inferno etc.
No segundo (17,2%), os pesquisadores identificaram cenas de comportamento violento no trânsito, como discussões.
O terceiro grupo (35,3%) optou por representações simples de itens relacionados ao assunto, como faixas de pedestres e semáforos. Não foi encontrado nenhum desenho com imagens positivas.
O maior índice de imagens negativas sobre o trânsito foi identificado no Espírito Santo (62,5%). A seguir aparecem São Paulo (56,3%) e Pará (44,7%). As menores taxas surgiram em Mato Grosso do Sul (7,4%) e Rio Grande do Sul (9,1%).

Rumo à escola
A pesquisa faz parte do projeto Rumo à Escola, uma parceria da Unesco com o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), vinculado ao Ministério das Cidades. Segundo a coordenadora-geral do programa, Juciara Rodrigues, a pesquisa serviu para "confirmar o que já se sabia".
De acordo com Rodrigues, as informações relacionadas ao trânsito que as crianças recebem estão sempre ligadas a violência, uso de álcool e acidentes, inclusive em campanhas educativas.
O projeto distribui material didático, como fitas de vídeo e cartilhas, para alunos e professores.
Os alunos entrevistados estudavam em escolas públicas (dois terços) e particulares (um terço). O universo da pesquisa abrangeu os Estados de São Paulo, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Paraíba, Ceará, Alagoas, Espírito Santo, Amapá, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Paraná, Pará e Pernambuco, além do Distrito Federal.


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