São Paulo, sábado, 08 de maio de 2004

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Polícia investiga plano para resgatar Marcinho VP

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

A facção criminosa CV (Comando Vermelho) estaria tentando levantar R$ 1 milhão para montar uma grande operação de resgate do traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, que está preso na penitenciária Bangu 1 (zona oeste do Rio).
Mesmo na cadeia, Nepomuceno é o principal chefe do grupo. Ele controla os pontos-de-venda de drogas no complexo de favelas do Alemão (zona norte).
O suposto plano do CV foi descoberto por policiais da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais da Polícia Civil), que ainda não conseguiram identificar quando e como seria a ação dos criminosos.
A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária informou ter conhecimento do suposto plano de resgate de Marcinho VP.
O subsecretário Aldney Peixoto disse que, no último domingo, a segurança do complexo penitenciário de Bangu foi reforçada porque a polícia recebera a informação de que traficantes vinculados ao CV invadiriam Bangu 1 por um matagal. A ação acabou não acontecendo.

Assalto a carro-forte
As investigações da Draco indicam que o CV já começou a colocar parte do plano em prática. Segundo eles, há 40 dias a facção foi responsável pelo assalto à garagem da empresa de ônibus São Silvestre (centro), no qual arrecadou R$ 400 mil.
Nesta semana, segundo a Draco, traficantes do CV tentaram assaltar um carro-forte na rodovia Rio-Santos, em Mangaratiba (a 70 km do Rio).
Na ação, um grupo de 15 homens fortemente armados, inclusive com fuzis, utilizou duas carretas e três Blazers roubadas, que foram jogadas contra o carro-forte, provocando o capotamento do veículo. Houve tiroteio e dois vigilantes ficaram feridos. No entanto os criminosos fugiram sem conseguir levar nada.
O suposto plano do CV de juntar dinheiro para organizar o resgate de seu principal chefe inclui também assaltos a bancos e caixas eletrônicos.
De acordo com as investigações, a ação estaria sendo articulada pelo traficante Leonardo Marques da Silva, o Sapinho, chefe do tráfico no morro da Providência (Santo Cristo, zona central).
A favela da Metral, em Vila Kennedy (zona oeste), estava servindo de base para o esquema. Até a semana passada, os traficantes estavam escondidos em um matagal próximo que dá acesso ao complexo penitenciário de Bangu e chegaram a mexer em uma tela de proteção aos presídios que foi instalada na mata.
Essa base, no entanto, foi desfeita depois de um tiroteio ocorrido no local, que culminou na morte do traficante Bruno Lemos de Carvalho, o Bruninho G-3, e de outros quatro cúmplices, que estavam instalados na mata. Bruninho G-3 era um dos chefes do suposto plano.
A polícia já tem informações de que o traficante conhecido como Pezão, que atua no complexo do Alemão, foi deslocado para a Metral para dar continuidade ao plano de resgate.


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