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Arquiteto quer ação da prefeitura
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o arquiteto Lúcio Gomes
Machado, que integra o Condephaat, a recuperação dos imóveis
dos Campos Elíseos e da Santa Ifigênia depende de ações intensivas
do governo. "Só com leis de incentivo e o dinheiro dos proprietários, sobretudo quando eles são
de baixa renda, é impossível [mudar]. É preciso ter alguma ação do
poder público que dê início ao
processo. Isso não é só varrer a
rua, é pegar um quarteirão e montar um mercado imobiliário para
essa área."
"A rigor, a gente sabe que o poder público não tem recursos para
bancar o restauro de todo bem
tombado", responde o subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo.
De acordo com o subprefeito, os
edifícios tombados no centro da
cidade não constituem, atualmente, um problema para a revitalização da região. "O risco é ter
imóveis tombados que acabem ficando abandonados, quando o
dono não tem como reformar e
ele acaba ficando sem nenhuma
utilização, como é o caso de muitos imóveis daquela região, porque ela tinha ficado muito degradada", afirma.
A estratégia do governo municipal para a região é, segundo Matarazzo, por meio da limpeza de
ruas e calçadas, reforço na segurança e fiscalização dos imóveis
irregulares, estimular a atividade
econômica no local e levar os proprietários a recuperar os prédios.
Essa foi a base da Operação Limpa -ofensiva policial realizada
no início de março pela prefeitura
na região da "cracolândia".
"O que nós estamos procurando fazer é justamente melhorar a
região para que as pessoas voltem
a ocupar os imóveis", diz o subprefeito, que levou empresários
do setor imobiliário, da construção civil e da educação à região ao
fim da operação.
Embora o tombamento dos
imóveis dos Campos Elíseos e da
Santa Ifigênia ainda não tenha sido homologado, ou seja, assinado
pelo titular da Secretaria de Estado da Cultura, já estão protegidos
pelo Condephaat e qualquer alteração neles precisa ser aprovada
pelo órgão -isso porque as regras da preservação passam a valer assim que o processo de proteção é iniciado no conselho.
Entre os bens cujo tombamento
já foi aprovado pelo Condephaat,
mas cuja homologação ainda não
foi feita estão, na região central da
cidade, o Mercado Municipal, a
faculdade de direito da USP e o
prédio dos Correios, no vale do
Anhangabaú. As reformas em
curso na faculdade e nos Correios
e a que foi feita no mercado passaram pelo Condephaat.
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