São Paulo, domingo, 08 de maio de 2005

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Arquiteto quer ação da prefeitura

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o arquiteto Lúcio Gomes Machado, que integra o Condephaat, a recuperação dos imóveis dos Campos Elíseos e da Santa Ifigênia depende de ações intensivas do governo. "Só com leis de incentivo e o dinheiro dos proprietários, sobretudo quando eles são de baixa renda, é impossível [mudar]. É preciso ter alguma ação do poder público que dê início ao processo. Isso não é só varrer a rua, é pegar um quarteirão e montar um mercado imobiliário para essa área."
"A rigor, a gente sabe que o poder público não tem recursos para bancar o restauro de todo bem tombado", responde o subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo.
De acordo com o subprefeito, os edifícios tombados no centro da cidade não constituem, atualmente, um problema para a revitalização da região. "O risco é ter imóveis tombados que acabem ficando abandonados, quando o dono não tem como reformar e ele acaba ficando sem nenhuma utilização, como é o caso de muitos imóveis daquela região, porque ela tinha ficado muito degradada", afirma.
A estratégia do governo municipal para a região é, segundo Matarazzo, por meio da limpeza de ruas e calçadas, reforço na segurança e fiscalização dos imóveis irregulares, estimular a atividade econômica no local e levar os proprietários a recuperar os prédios. Essa foi a base da Operação Limpa -ofensiva policial realizada no início de março pela prefeitura na região da "cracolândia".
"O que nós estamos procurando fazer é justamente melhorar a região para que as pessoas voltem a ocupar os imóveis", diz o subprefeito, que levou empresários do setor imobiliário, da construção civil e da educação à região ao fim da operação.
Embora o tombamento dos imóveis dos Campos Elíseos e da Santa Ifigênia ainda não tenha sido homologado, ou seja, assinado pelo titular da Secretaria de Estado da Cultura, já estão protegidos pelo Condephaat e qualquer alteração neles precisa ser aprovada pelo órgão -isso porque as regras da preservação passam a valer assim que o processo de proteção é iniciado no conselho.
Entre os bens cujo tombamento já foi aprovado pelo Condephaat, mas cuja homologação ainda não foi feita estão, na região central da cidade, o Mercado Municipal, a faculdade de direito da USP e o prédio dos Correios, no vale do Anhangabaú. As reformas em curso na faculdade e nos Correios e a que foi feita no mercado passaram pelo Condephaat.


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