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7 jovens são mortos em praça na zona norte
Maior chacina do Estado no ano deixou, ainda, duas pessoas feridas, uma gravemente; nenhuma delas tinha antecedentes criminais
Vítimas, incluindo duas mulheres, tinham entre 18 anos e 26 anos; crime, cometido por 4 homens, ocorreu às 23h de domingo
KLEBER TOMAZ
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Sete jovens foram assassinados em uma praça na noite de
domingo, no bairro do Jaraguá
(zona norte de São Paulo), na
13ª e maior chacina já registrada neste ano no Estado de SP,
seis só na capital. As vítimas,
duas delas mulheres, foram alvo de quatro homens encapuzados em duas motos, que dispararam mais de 50 tiros.
Nenhuma das vítimas, que tinham entre 18 e 26 anos, possuía antecedentes criminais, de
acordo com a Polícia Civil. Segundo testemunhas ouvidas
pela Folha, cinco dos jovens foram baleados à queima-roupa
na cabeça. A polícia diz ter
identificado um suspeito, mas
ninguém foi preso até a noite.
Outras duas pessoas, uma
mulher de 25 anos e um rapaz
de 20, também foram atingidos
pelos disparos, mas sobreviveram e estão internados. O estado de saúde do rapaz é grave.
O crime ocorreu por volta
das 23h de anteontem na praça
José Alves Pereira, local que,
segundo moradores e a polícia,
é tradicional ponto de encontro de usuários de drogas
-principalmente maconha.
Segundo o boletim de ocorrência, quatro homens usando
capacetes e máscaras chegaram atirando nas pessoas que
estavam na praça -algumas jogavam cartas.
Segundo um motoboy que
não quis se identificar, os criminosos nada perguntaram: os
garupas desceram das motos e
foram em direção aos "alvos."
Praça lotada
Havia muita gente no local
quando os motoqueiros chegaram. A praça fica próxima de
um ponto de ônibus e de uma
pizzaria, onde duas das vítimas
tentaram se esconder: Rafael
Araújo e Silva, 24, e Flávio Batista de Almeida, 23. Mas os
motoqueiros os perseguiram e
entraram no estabelecimento.
Testemunhas dizem que Rafael
morreu no balcão e Flávio, embaixo do forno.
Também foram mortos Rodolfo Madeira Cunha, 19, Pamella Pontes Ribeiro, 18, Paulo
Henrique Glinglani Pedro, 20,
Caroline da Silva Borges, 22, e
Anderson Vander Gomes, 26.
Toda a ação dos criminosos
durou menos de três minutos,
segundo vizinhos da praça. Segundo a polícia, dois carros teriam dado cobertura à ação.
O delegado Luiz Fernando
Lopes Teixeira, da delegacia de
chacinas do DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), afirmou que todas as hipóteses serão investigadas, inclusive a possível participação de policiais no crime.
Das 13 chacinas que ocorreram neste ano no Estado, apenas uma foi esclarecida (veja
quadro à pág. C 3).
A segunda maior chacina
deste ano, de acordo com o corregedor da Polícia Militar, coronel José Paulo Menegucci, é
investigada como tendo sido
cometida por PMs do 18º Batalhão e também por integrantes
da Rota -tropa de elite da PM
paulista. No dia 1º de fevereiro,
seis jovens foram mortos em
uma rua sem saída do Jardim
Elisa Maria (zona norte).
Já o delegado Antonio de
Souza, do 46º DP de Perus, disse acreditar que a chacina de
domingo está relacionada a
gangues que disputam ponto-de-venda de drogas na região.
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