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BNDES empresta R$ 19 milhões à PUC
Juros cobrados pelo banco estatal são menores, e pagamento começa daqui a nove meses; dívida da universidade é de R$ 76 milhões
A verba, liberada em abril, foi utilizada para abater parte dos débitos que a instituição possui com o ABN Amro Real e o Bradesco
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) concedeu um empréstimo de R$ 19 milhões à
PUC-SP, universidade que viveu no ano passado sua pior crise financeira e chegou a ter
uma dívida de R$ 107 milhões
com dois bancos privados -hoje está em R$ 76 milhões.
A verba estatal, liberada no
mês passado, foi utilizada para
abater parte dos débitos que a
instituição possui com o ABN
Amro Real e o Bradesco.
Com a ajuda, as parcelas
mensais que a PUC precisa pagar aos bancos caiu de R$ 4 milhões para R$ 3,2 milhões. A
universidade espera outros R$
27 milhões do BNDES.
Os juros do banco vinculado
ao governo federal são quase a
metade do cobrado pelas instituições privadas (12% e 20% ao
ano, respectivamente). Além
disso, a universidade só começará a pagar o novo empréstimo daqui a nove meses.
A reitoria da PUC afirma que
o empréstimo deu "uma pequena folga" nas suas contas.
Hoje, a universidade já conseguiu reabrir concursos para
professores ascenderem na
carreira, que estavam "congelados" desde que a crise estourou,
no final de 2005. Já foram contemplados 20 professores.
Além disso, a PUC começará
a oferecer cursos de graduação
no próximo semestre em seu
novo campus, em Barueri
(Grande SP). Haverá 430 vagas
no vestibular, dez a menos do
que no seu campus central, em
Perdizes (zona oeste de SP).
A Prefeitura de Barueri cedeu o prédio, e a universidade
ficou encarregada de equipá-lo
e bancar o corpo docente. A instituição não soube informar os
gastos para a implantação.
"As parcelas estavam sendo
pagas a duras penas. O empréstimo do BNDES nos deu uma
pequena folga", afirmou a reitora, Maura Véras.
Devido à crise, a universidade teve de demitir 30% dos professores e funcionários no início de 2006. A medida, aliada a
mudanças na gestão, permitiu
que a instituição fechasse o ano
passado sem déficit operacional (gastou apenas o que recebeu no período), o que não
ocorria desde 2000.
"A PUC tomou medidas
amargas, mas agora já pode começar a pensar em investimentos", disse o curador de Fundações do Ministério Público Airton Grazzioli, que acompanha
as contas da universidade. A
PUC é mantida pela Fundação
São Paulo, vinculada à Arquidiocese de São Paulo.
A PUC foi contemplada por
uma linha de financiamento do
BNDES que apóia entidades filantrópicas integrantes do SUS
(Sistema Único de Saúde).
A universidade mantém dois
serviços que prestam atendimento à população, o hospital
Santa Lucinda, em Sorocaba (a
100 km de SP), e a Derdic (que
atende pessoas com distúrbios
de comunicação).
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