São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2007

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BNDES empresta R$ 19 milhões à PUC

Juros cobrados pelo banco estatal são menores, e pagamento começa daqui a nove meses; dívida da universidade é de R$ 76 milhões

A verba, liberada em abril, foi utilizada para abater parte dos débitos que a instituição possui com o ABN Amro Real e o Bradesco

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) concedeu um empréstimo de R$ 19 milhões à PUC-SP, universidade que viveu no ano passado sua pior crise financeira e chegou a ter uma dívida de R$ 107 milhões com dois bancos privados -hoje está em R$ 76 milhões.
A verba estatal, liberada no mês passado, foi utilizada para abater parte dos débitos que a instituição possui com o ABN Amro Real e o Bradesco.
Com a ajuda, as parcelas mensais que a PUC precisa pagar aos bancos caiu de R$ 4 milhões para R$ 3,2 milhões. A universidade espera outros R$ 27 milhões do BNDES.
Os juros do banco vinculado ao governo federal são quase a metade do cobrado pelas instituições privadas (12% e 20% ao ano, respectivamente). Além disso, a universidade só começará a pagar o novo empréstimo daqui a nove meses.
A reitoria da PUC afirma que o empréstimo deu "uma pequena folga" nas suas contas.
Hoje, a universidade já conseguiu reabrir concursos para professores ascenderem na carreira, que estavam "congelados" desde que a crise estourou, no final de 2005. Já foram contemplados 20 professores.
Além disso, a PUC começará a oferecer cursos de graduação no próximo semestre em seu novo campus, em Barueri (Grande SP). Haverá 430 vagas no vestibular, dez a menos do que no seu campus central, em Perdizes (zona oeste de SP).
A Prefeitura de Barueri cedeu o prédio, e a universidade ficou encarregada de equipá-lo e bancar o corpo docente. A instituição não soube informar os gastos para a implantação.
"As parcelas estavam sendo pagas a duras penas. O empréstimo do BNDES nos deu uma pequena folga", afirmou a reitora, Maura Véras.
Devido à crise, a universidade teve de demitir 30% dos professores e funcionários no início de 2006. A medida, aliada a mudanças na gestão, permitiu que a instituição fechasse o ano passado sem déficit operacional (gastou apenas o que recebeu no período), o que não ocorria desde 2000.
"A PUC tomou medidas amargas, mas agora já pode começar a pensar em investimentos", disse o curador de Fundações do Ministério Público Airton Grazzioli, que acompanha as contas da universidade. A PUC é mantida pela Fundação São Paulo, vinculada à Arquidiocese de São Paulo.
A PUC foi contemplada por uma linha de financiamento do BNDES que apóia entidades filantrópicas integrantes do SUS (Sistema Único de Saúde).
A universidade mantém dois serviços que prestam atendimento à população, o hospital Santa Lucinda, em Sorocaba (a 100 km de SP), e a Derdic (que atende pessoas com distúrbios de comunicação).


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