São Paulo, Sábado, 08 de Maio de 1999
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SAÚDE
Campanhas alertam sobre os riscos do medo social que a incontinência urinária provoca
Congresso derruba tabu da incontinência

AURELIANO BIANCARELLI
enviado especial a Dallas

Pelo menos 17 milhões de norte-americanos -e cerca de 10 milhões de brasileiros- fogem das atividades sociais com medo de uma repentina e incontrolável vontade de urinar. A incontinência urinária -que leva ao temor de fazer xixi nas calças em púbico- é hoje uma das principais razões de isolamento das pessoas.
Não precisava ser assim. A procura de um médico e o acesso à informação e a tratamentos hoje disponíveis podem reduzir ou pôr um fim nesse tormento.
Para convencê-las a sair de casa e a procurar ajuda médica, várias instituições norte-americanas estão patrocinando campanhas na mídia. "Você não está sozinho" (You Are Not Alone) é o slogan de uma série de ações lançada pela AUA, sigla em inglês da Associação Americana de Urologia. Outro programa -"Retome o controle. É tempo de agir"- tem o apoio da instituição e o patrocínio de duas grandes fundações voltadas para doenças urológicas.
A incontinência foi um dos temas mais abordados no congresso anual da AUA que aconteceu em Dallas (EUA), nesta semana.
Segundo os especialistas, médicos e pacientes estão superando as barreiras para falar de temas como impotência, mas os problemas da bexiga hiperativa e da incontinência urinária continuam tabus.
A bexiga hiperativa -quando a bexiga contrai fora de hora- é uma das causas da incontinência urinária e, embora possa ocorrer em todas as idades, vai atingir mais os homens idosos. Pesquisa feita nos EUA com 528 mulheres e 486 homens mostrou que um em cada quatro tinham experimentado sintomas desse problema.
Outras causas do descontrole urinário podem ser de origem uretral, como a fraqueza do assoalho pélvico e a fraqueza do esfíncter. "Apenas uma pequena parcela dos pacientes procuram ajuda médica", diz Luis Augusto Seabra Rios, que se ocupa da urologia feminina do Hospital do Servidor Púbico Estadual, de São Paulo.


O jornalista Aureliano Biancarelli viajou a convite do laboratório Schering Plough


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