São Paulo, Sábado, 08 de Maio de 1999
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Pão de Açúcar nega negligência e ajuda as vítimas

da Reportagem Local

A direção da rede de supermercados Pão de Açúcar negou que tenha havido negligência na manutenção do prédio cujo teto desabou ontem e afirmou que irá pagar o tratamento de todos os feridos.
Caio Mattar, diretor de investimento e obras do Grupo Pão de Açúcar, disse que a rede assumiu o prédio em 1º de fevereiro, após comprar a rede de supermercados Peralta, antiga proprietária.
Após a posse, o local ficou interditado por 15 dias para obras de manutenção. "Tomamos todas as atitudes de prevenção nos 15 dias que o supermercado ficou fechado e nada de errado foi verificado. Foi constatado que o prédio, a rede elétrica e o teto estavam em ordem", afirmou Mattar.
Segundo ele, não houve no período reforma que precisasse ser notificada à prefeitura, apenas obras de rotina. A única mudança maior foi a troca da fachada, colocando o logotipo do Pão de Açúcar.
Mattar também negou que parte do teto da loja tenha desabado na noite de anteontem, após chuva que caiu na região. "Não temos conhecimento de que parte do teto da loja caiu. Vamos apurar, mas posso adiantar que a loja não funcionaria se tivesse acontecido um desabamento", declarou.
Mattar afirmou que tudo o que se disser sobre os motivos da queda do teto antes da divulgação do laudo será "conjectura".
"Temos todos os laudos que mostram que o prédio estava em ordem. Não é possível falar sobre os motivos do acidente antes de saber o que aponta o laudo do Instituto de Criminalística", declarou.
Segundo peritos do Instituto de Criminalística que estiveram no local do acidente, o laudo deve ser concluído dentro de um mês.
José Roberto Tambasco, diretor de supermercados da rede Pão de Açúcar, disse que a chuva que caiu na noite de anteontem não seria suficiente para derrubar parte do teto do supermercado.
"As lojas da rede têm um esquema de manutenção preventiva muito eficiente. Essa chuva não seria capaz de derrubar o teto", declarou Tambasco.
Os dois diretores concordaram que os clientes e funcionários do supermercado tiveram "muita sorte" por não ter ocorrido uma tragédia maior.
"Infelizmente ocorreu uma tragédia que jamais poderia ter ocorrido. Devemos agradecer a Deus, que não permitiu que a tragédia fosse maior", afirmou Mattar.

Feridos
O Pão de Açúcar afirmou ontem que irá custear o tratamento de todas as pessoas que ficaram feridas no desabamento. Ainda na noite de ontem, as cinco pessoas em estado mais grave foram atendidas no Hospital Santa Cecília, do grupo Intermédica, conveniado ao Pão de Açúcar.
As outras vítimas, internadas em hospitais públicos, seriam acompanhadas por funcionários do supermercado até receberem alta, segundo informações da rede.
Os diretores do Pão de Açúcar não quiseram comentar se irão dar indenização às vítimas.


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