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JUDICIÁRIO
Justificativa para decisão foram demora para fim do processo e longo período de prisão preventiva de ex-PMs
STJ suspende prisão de réus de Vigário Geral
SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) assegurou a cinco ex-policiais
militares acusados de participar da
chacina de Vigário Geral, no Rio,
em agosto de 1993, o direito de
aguardar em liberdade a conclusão
do julgamento, depois de permanecerem presos desde 1995.
Pesou na decisão do STJ a demora no encerramento desse processo. O ministro Luiz Vicente Cernicchiaro, por exemplo, considerou que o longo período de cumprimento de ordem de prisão preventiva era "intolerável".
Esse ministro afirmou que o fato
é "singular" e de "extrema gravidade". Segundo ele, as ações devem
ser concluídas em prazo razoável,
embora não devam ser conduzidas
com precipitação e devam assegurar justa solução.
Outro acusado já havia obtido,
no Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro, o direito a aguardar em liberdade a conclusão do processo.
Os ex-policiais André Luiz Vigário da Silva, Júlio César de Souza
Mourão, Luiz Carlos Bandeira
Mendes, Marcos Baptista Gomes e
Sidney Paulo Menezes Oliveira
ajuizaram um habeas corpus no
STJ, em dezembro de 1998, em que
afirmaram que estavam sofrendo
constrangimento ilegal.
Eles argumentaram que a sentença de pronúncia, determinando
o julgamento por tribunal do júri,
ocorreu há dois anos.
Dos cinco ministros do STJ que
julgaram o habeas corpus, apenas
o relator, Fernando Gonçalves, votou contra o pedido.
Trinta e três homens, parte deles
membros da PM, foram acusados
de assassinar 21 moradores da favela de Vigário Geral, na zona norte do Rio, por vingança pela morte
de quatro PMs por supostos traficantes do local no dia anterior.
Em 97, dois dos acusados foram
condenados a cumprir penas de
mais de 400 anos de prisão. Em novembro do ano passado, dez dos
acusados foram absolvidos. Ainda
há acusados aguardando o julgamento.
Os cinco ex-PMs beneficiados
pela decisão do STJ terão de comparecer quinzenalmente a um órgão da Justiça.
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