DA REPORTAGEM LOCAL

Das 60 mil ocorrências de alterações no ambiente registradas entre 1990 e 1998 no Estado de São Paulo, 88,3% (ou quase 53 mil) incidiram sobre a vegetação.
O desmatamento de 1.800 m2 na bacia da represa de Atibainha, em Nazaré Paulista (56 km de SP), para a construção de uma casa podia estar nesse grupo se não fosse autorizado pela prefeitura e pelo DPRN (Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais, vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente), o que não o torna menos polêmico.
Além de estar dentro da APA (Área de Proteção Ambiental) do reservatório, integrante do sistema Cantareira, o terreno abriga ao menos duas espécies de macacos ameaçadas de extinção, afirmam pesquisadores do IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas).
A entidade entrou com uma representação no Ministério Público de Atibaia para tentar barrar o desmatamento. Se ao menos os tocos das árvores forem mantidos, elas podem se recuperar em dois anos, diz Andréa Peçanha, do IPÊ. "A autorização abre um precedente perigoso porque a região sofre pressão imobiliária e estamos falando do maior sistema de abastecimento do Estado."
O supervisor do DPRN em Atibaia, Adriano Andréo Dantas da Silva, concorda e confirma a pressão imobiliária, mas diz não haver irregularidade. Segundo ele, metade do terreno (5.160 m2) será registrada em escritura como área preservada para evitar alterações.


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