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Confronto de punks com PM fecha Paulista
Tropa reagiu ao protesto na av. Paulista contra reunião do G8 depois que manifestante quebrou vidro do McDonald's
Bombas foram usadas para dispersar os punks; 142 jovens foram detidos para averiguação e, segundo a polícia, seriam liberados
DA REPORTAGEM LOCAL
Um protesto de cerca de 200 punks contra a reunião do G8 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia) na Alemanha terminou em confronto com a Polícia Militar ontem na avenida Paulista, em São Paulo. Foram detidas 142 pessoas.
Todos os detidos seriam liberados na noite de ontem, segundo a polícia.
Com a confusão, a avenida Paulista ficou 19 minutos fechada no sentido Consolação. No sentido Paraíso, a interdição durou cinco minutos.
O conflito começou por volta das 16h, logo após os manifestantes saírem em passeata do vão livre do Masp em direção ao Banco Central. Um deles quebrou um vidro de um McDonald's, e a polícia reagiu.
Bombas de efeito moral foram utilizadas para dispersar os punks. Na tentativa de impedir a prisão dos colegas, punks atacaram a PM com paus e pedras -os bancos do Brasil, Sudameris e Santander também tiveram os vidros de suas fachadas quebrados.
No total, 142 pessoas foram detidas para "averiguação". A PM diz que, com os detidos, encontrou maconha, uma faca, cinco canivetes, socos-ingleses, correntes, granadas de mão, frascos com gasolina, coquetéis molotov e sprays.
Os policiais também entraram no shopping Center 3, e houve correria.
A PM, após a confusão, porém, disse oficialmente que não houve feridos, embora a reportagem tenha visto dois punks com a cabeça sangrando.
"Os punks atacaram o McDonald's, e, quando isso ocorreu, tivemos de buscar os agressores para detê-los. Eles depredaram um patrimônio", disse o tenente Wellington Ricardo.
"Estávamos fazendo uma passeata pacífica contra o G8. Um manifestante bastante exaltado atingiu uma empresa privada em um fato isolado que reprovamos. A PM, ao invés de prendê-lo, passou a atirar bombas de gás na gente e contra populares na rua", afirmou o estudante Marcelo Prado, 19.
Um dos jovens detidos, ao ser levado para o 4º DP (Consolação), começou a gritar palavras de ordem do movimento punk e contra a ação policial. Os policiais pisaram em sua cabeça e apertaram seus órgãos genitais. O coronel da PM Alvaro Camilo, responsável pela operação, negou à Folha que tenha havido excesso e disse que era preciso fazer até mais com o punk.
(KLEBER TOMAZ, ANDRÉ CARAMANTE, TOMAS CHIAVERINI)
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