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Mãe e cinco filhos são enterrados no Rio
Pesquisadora e filhos estavam entre as vítimas do acidente na D. Pedro 1º
Família fazia viagem de surpresa de Mato Grosso do Sul para o Rio de Janeiro, onde passaria o feriado de Corpus Christi com parentes
MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO
O salão onde foi realizado ontem o velório da família Mercê
de Albuquerque mal comportava os caixões das seis vítimas. A
pesquisadora Leila Maria Mercê Albuquerque, 40 anos, e seus
cinco filhos foram enterrados
no cemitério São Francisco Xavier, Caju, zona portuária do
Rio, sob forte emoção.
Eles se envolveram em um
acidente na noite de terça-feira, na rodovia D. Pedro 1º, em
Jacareí (município a 75 quilômetros de São Paulo). Os seis
morreram na hora. O acidente,
um engavetamento que envolveu 11 veículos, provocou a
morte de mais três pessoas.
Os pais da professora, que estavam sob efeito de sedativos, e
outros parentes e amigos, inconformados com a tragédia,
choravam o tempo todo e não
quiseram falar com a imprensa
que acompanhava o enterro.
"Anjos"
Na tampa de cada um dos caixões, fechados, estavam coladas fotos de cada vítima. Escolhidas pela família, as imagens
para identificar os dois pequenos caixões, brancos, dos gêmeos Davi e Samuel, 6 anos,
emocionaram uma jovem que
acompanhou a cerimônia. Para
ela, os dois pareciam "anjos".
Leila Mercê Albuquerque era
professora do departamento de
Hidráulica e Transporte da
UFMS (Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul). Seus filhos, os adolescentes Rafael,15;
Gabriel, 14; Daniel, 12; e os gêmeos Davi e Samuel, 6, estudavam na escola General Osório
em Campo Grande (MS).
Márcio Lima Martins, pai
dos adolescentes; e Ceilton Camilo Herdy, pai dos gêmeos,
acompanharam o enterro.
A chegada da professora com
as três crianças e os dois adolescentes seria uma surpresa para
parte da família. Segundo parentes, a pesquisadora saiu de
Mato Grosso do Sul para o Rio
para passar o feriado de Corpus
Christi em sua cidade.
O acidente ocorreu por volta
de 22h30 no km 8 da D. Pedro
1º. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, possivelmente
ocorreram pela falta de visibilidade na estrada. Além da neblina densa, no momento do acidente a pista tinha fumaça vinda de uma carvoaria próxima.
Carioca do Grajaú, zona norte da cidade, a pesquisadora era
formada em Física pela UFRJ
(Universidade Federal do Rio
de Janeiro), com pós-doutorado no CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), e no INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Morando em Campo Grande
(MS) havia cerca de dois anos,
ela estava desenvolvendo um
projeto sobre poluição atmosférica na UFMS.
Homenagem
Na noite de quarta-feira,os
alunos da professora do departamento de Hidráulica e Transporte da UFMS, organizaram
uma missa na Paróquia São
João Bosco, também localizada
em Campo Grande(MS).
A pesquisadora era filha do
general da reserva Ivan José de
Albuquerque, que atualmente
mora em Itatiaia, região serrana do Rio de Janeiro.
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