São Paulo, segunda-feira, 08 de junho de 2009

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PF intensifica coleta de sangue de parentes

Saliva e fios de cabelo estão também entre os materiais para realização de exames de DNA que poderão ajudar a identificar corpos

Não haverá, em princípio, deslocamento dos familiares para Recife, para onde os corpos são levados nos trabalhos de resgate

Diego Vara/"Zero Hora"
Missa em Porto Alegre homenageia o cirurgião plástico Roberto Chem, sua mulher e filha; eles estavam no voo 447 da Air France

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

Com a intensificação do resgate de corpos das vítimas do acidente com o Airbus da Air France, mais parentes procuraram a Polícia Federal ontem para ceder materiais que serão usados em exames de DNA.
Eles também preencheram um questionário que pede características detalhadas dos passageiros do voo 447.
Entre os que foram ao hotel na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), onde foi montado o centro de atendimento às famílias, estavam dom Antônio de Orleans e Bragança e dom Rafael, membros da família real brasileira e, respectivamente, pai e irmão do príncipe Pedro Luiz de Orleans e Bragança, um dos passageiros do voo.
Segundo os parentes, a identificação será feita com base nos exames de DNA -por isso a coleta, não obrigatória, de sangue, saliva ou fios de cabelo dos familiares- e nas roupas e pertences dos mortos.
Posteriormente, as famílias poderão ter acesso aos corpos. Não haverá, em princípio, deslocamento dos parentes a Recife, para onde os corpos estão sendo levados pela equipes.

Resgate doloroso
Mãe de Izabela Maria Furtado Kestler, professora de alemão na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Iza Furtado Santana foi pela primeira vez ao hotel prestar informações à PF. Mas se disse "muito nervosa". "Preferia que a deixassem onde está, sem encontrá-la. É muito doloroso esse resgate", desabafou.
Como na véspera, cerca de 30 familiares passaram o dia reunidos no hotel.
"Acho que as pessoas estão ficando mais conformadas porque estão aparecendo cada vez mais corpos", disse o advogado Marco Túlio Moreno Marques, que perdeu o pai e a mãe no acidente.

Comoção
Mas Maarten Van Sluys, irmão da funcionária da Petrobras Adriana Francisca Van Sluijs, outra das vítimas, disse que a comoção continua.
"Algumas pessoas choram, pois ainda creem na perspectiva de encontrar os entes queridos. Outras recebem com resignação. Meu sentimento é de que vamos ter muito mais informações sobre o que causou o acidente", disse.


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