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DEPOIMENTO
Quem não bebe sofre preconceito, diz Conrado, 17
DE SÃO PAULO
Meu nome é Conrado (nome fictício) e tenho 17 anos.
Sempre andei com um pessoal dois ou três anos mais
velho, e foi com eles que
aprendi a beber.
Tomei a primeira cerveja
aos 15, numa festa. Gostei. Tinha vontade de saber como
era. Em casa, meus pais não
me deixavam dar nem um
golinho. Como tinha muito
medo de que eles descobrissem, naquela primeira vez eu
não bebi muito. Não queria
chegar em casa bêbado.
O primeiro porre foi no final de 2009, num churrasco.
Misturei cerveja com vodca e
não aguentei. Vomitei e depois dormi. Foi horrível.
Às vezes me lembro dos
meus avôs. Os dois tinham
problemas sérios com a bebida. Mas, quando saio com
meus amigos, acabo não
pensando mais nisso.
No colégio, quase todo
mundo bebe. E percebo que
aqueles que não bebem sofrem um certo preconceito,
ouvem piadinhas...
Apesar de não ter 18, poucas vezes não me venderam
cerveja no bar. Quase nunca
me pedem documento.
(RICARDO WESTIN)
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