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Kassab planeja trocar ônibus por monotrilho
Prefeitura pretende substituir construção de corredor na zona sul de SP por um tipo de metrô de superfície que usa pneus
Projeto para a região de Santo Amaro está em fase final de elaboração e tem a participação de técnicos brasileiros e japoneses
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A gestão Gilberto Kassab
(DEM) deverá desistir de implantar um corredor de ônibus
comum na zona sul de São Paulo para substituí-lo por um monotrilho -tipo de metrô leve e
estreito, que usa pneus e um
único trilho, encaixado no centro dos vagões, e trafega inclusive sobre vias elevadas.
A proposta contempla uma
ligação superior a 10 km entre a
estrada do M'Boi Mirim e a região de Santo Amaro, passando
nas imediações da av. Guarapiranga e da ponte do Socorro.
A elaboração do projeto do
monotrilho está em estágio final e tem a participação de técnicos brasileiros e japoneses,
segundo os quais está programado um anúncio oficial nos
próximos dias. O prefeito disse
que concorda com o projeto,
mas que ainda está analisando
o custo para bater o martelo.
Kassab já anunciou a implantação de um monotrilho na extensão até Cidade Tiradentes
(zona leste) do Fura-Fila -corredor de ônibus mais moderno
e parcialmente suspenso.
Segundo a Folha apurou, a
prefeitura estuda também a
substituição do prometido corredor de ônibus da avenida
Celso Garcia, na zona leste, por
essa tecnologia (nesse caso,
com 30 km, do Itaim Paulista
ao Parque Dom Pedro, passando pelas avenidas São Miguel e
Marechal Tito e por uma nova
via conhecida como apoio sul).
A obra de uma pista exclusiva para os coletivos na Celso
Garcia era programada desde a
última gestão, mas ainda nem
começou a sair do papel.
"Nossa cooperação técnica
está voltada para a implantação
do monotrilho na zona sul.
Além de transportar mais gente, esse sistema é ambientalmente mais adequado. Já a
proposta para a zona leste, por
enquanto, a prefeitura está tocando sozinha, sem a nossa
participação", diz Sulimara Takahashi, coordenadora de projetos da Jica (agência de cooperação internacional do Japão).
Técnicos da prefeitura e indicados pela Jica recolheram
informações sobre 54 monotrilhos no mundo. Esse modo de
transporte é comum para ligar
aeroportos. Também existe no
parque da Disney, nos EUA.
Em São Paulo, técnicos estimam que esse sistema vá custar de US$ 37 milhões a US$ 50
milhões por km -menos de
metade do preço de metrô, mas
podendo ser o dobro do custo
de um corredor de ônibus.
Eles dizem que a previsão é
iniciar as obras no final deste
ou no começo do próximo ano,
para terminá-las até 2012, no
fim do mandato de Kassab.
A proposta prevê tarifa igual
à dos ônibus urbanos (R$ 2,30).
Quem defende a implantação do monotrilho nas zonas
sul e leste cita, entre as vantagens, a possibilidade de haver
menos impacto com desapropriações e interdições do trânsito -já que ele pode ter trechos em vias elevadas.
Eles relatam ainda a vantagem da construção rápida, de
os veículos serem mais silenciosos e de poderem virar e subir rampas com mais flexibilidade do que os ônibus normais.
Já os críticos ressaltam, por
exemplo, os eventuais impactos negativos no visual urbanístico (por ter trechos em elevação), além de não ter a mesma capacidade de transporte
de um sistema como o metrô.
Popularidade
Integrantes da cúpula do
transporte da gestão Kassab
avaliam que a ideia de um monotrilho tende a ser mais bem
aceita pela população do que a
dos corredores de ônibus.
O próprio prefeito esteve no
Japão há dois meses para ver
um monotrilho que opera desde
1964 em Tóquio, do centro ao
aeroporto de Haneda -viu ainda o modelo de Osaka. Em seguida, a SPTrans (empresa municipal que cuida do transporte
coletivo) enviou uma equipe para obter mais detalhes.
Além da ligação da M'Boi Mirim até Santo Amaro (onde pode haver ligação com a linha 5-lilás do metrô), os técnicos estudam um braço da zona sul à
estação Vila Sônia da futura linha 4-amarela, prevista para
ser concluída em 2010.
Colaborou EVANDRO SPINELLI, da Reportagem Local
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