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Lobby da igreja tentou barrar PEC do divórcio
CNBB defende existência de prazo para que o casal reflita sobre decisão
Para defensores da aprovação, mudança deverá impor maior responsabilidade aos casais na decisão
DE BRASÍLIA
Durante sua tramitação, a
PEC (Proposta de Emenda à
Constituição) do divórcio direto, como ficou conhecida,
levantou polêmica, principalmente nos setores ligados
a instituições religiosas.
Há um ano, pouco depois
de a PEC ter chegado ao Senado, vinda de uma aprovação rápida na Câmara, a proposta ficou na mira de parlamentares ligados à Igreja Católica, chegando a "estacionar" durante um mês em razão desse lobby.
No fim do ano passado, a
CNBB (Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil) classificou a proposta como "promoção do divórcio". "Fomenta a irresponsabilidade,
promove a facilidade e não
deixa espaço à ponderação",
defendeu o Conselho Episcopal de Pastoral em 2009.
A CNBB mantém a linha de
defender que não haja o divórcio. Mas, frente ao que
considera a banalização do
casamento, a entidade se posiciona a favor da manutenção de um "prazo de reflexão", mesmo que de seis meses, para que o processo do
divórcio possa ser iniciado.
No posicionamento de
2009, em que expressa sua
"preocupação em favor da
família", a CNBB defende a
reflexão antes do divórcio.
"Ninguém ignora que a vida conjugal tem os seus momentos: alegria, felicidade e
dificuldades. Todavia, as dificuldades tornam o amor
mais adulto, mais maduro e
consciente. A ponderação e o
aconselhamento são fundamentais diante desta decisão
difícil", diz nota de dezembro
da entidade.
Os defensores da PEC rejeitam o carimbo de contrários
à família. "Quem se opõe à
proposta diz que esse é o divórcio instantâneo, o fim da
família. É um discurso moralista. O divórcio da forma como a PEC propõe imprime
mais responsabilidade às
pessoas: elas terão que ter
mais responsabilidade com o
destino das suas relações",
afirma Rodrigo da Cunha Pereira, presidente do IBDFAM
(Instituto Brasileiro de Direito de Família).
(JN)
FOLHA.com
Divórcio-relâmpago
fragiliza a família, diz
Ives Gandra Martins
folha.com.br/ct763650
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