ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Dácio Múcio de Souza teve de percorrer um longo e às vezes tortuoso caminho até chegar a ser o que foi, um pioneiro dos purificadores de água no Brasil. Era o diretor-presidente do Grupo Europa.
Aos cinco anos, o mineiro da cidade de Luz já ficava atrás do balcão do armazém dos pais. Aos nove anos, vendia carnes e legumes pelas ruas de Bambuía -para onde a família se mudara-, com um tabuleiro na cabeça.
Aos 16, em Belo Horizonte, tornou-se gerente de hotel e depois tentou vender joias. Como as coisas não deram certo, veio a SP, em 1970.
Pela editora Abril, foi vender enciclopédias e, aos poucos, subiu de cargos naquele setor da empresa, até se tornar diretor adjunto. Era recordista em vendas.
Em 1979, criou a DM, distribuidora de livros. Após perder, numa enchente, os produtos estocados, recuperaria o negócio depois. Foi distribuir purificadores.
No começo dos anos 80, abriu com um sócio, num sobrado na Casa Verde, zona norte de SP, a Brasfilter, fabricante dos filtros Europa.
No início, a produção era de cem purificadores por mês. Cresceu tanto que tiveram de comprar um ginásio desativado em Guarulhos para transferir a fábrica.
Em 1999, o empresário descobriu ter vários tumores. Fez cirurgias e continuou trabalhando. No fim do ano passado, um de seus filhos, Dácio Jr., foi morto por um segurança de uma padaria após se envolver numa discussão.
Morreu ontem, aos 64, devido ao câncer. Deixa viúva, quatro filhos e dois netos. O enterro será hoje, às 16h, no cemitério do Araçá, em SP.

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