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Ministério Público pede prisão preventiva de supostos torturadores
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério Público Estadual
pediu a prisão preventiva e denunciou à Justiça dez agentes do
Degase (Departamento Estadual
de Medidas Socioeducativas) pela
suposta prática de tortura em menores infratores.
De acordo com o Ministério Público, os agentes teriam submetido, em maio deste ano, dez internos do Centro de Triagem e Recepção de Menores da Ilha do Governador (zona norte) a uma série
de torturas físicas e psicológicas.
Os adolescentes relataram ter
sofrido espancamentos com pedaços de madeira e sido trancados em celas "solitárias imundas". A denúncia afirma que os
agentes diziam aos internos que
os obrigariam a ingerir fezes.
A denúncia foi oferecida ontem
pela promotora Érika da Rocha
Figueiredo Barbosa à 2ª Vara Criminal da Ilha do Governador.
Um dos denunciados é o atual
diretor-geral do Degase, Sidney
Mendes. Ele teria agredido o menor H.D.M com socos e pontapés
no rosto e no tórax.
Na denúncia, a promotora alega
que a prisão preventiva dos agentes é necessária pois, "se permanecerem em liberdade, podem
atrapalhar o curso do processo,
ameaçar as vítimas e testemunhas". Diz ainda que, por se tratar
de crime hediondo, os denunciados não têm direito à liberdade ao
longo do processo.
A pena prevista para o crime de
tortura é de quatro anos a dez
anos de prisão, podendo ser aumentada por ter sido cometida
contra criança ou adolescente.
O Degase divulgou nota informando que tem como procedimento "em princípio, afastar os
funcionários envolvidos e instaurar procedimento administrativo
de sindicância". A nota também
informa que a instituição "irá
aguardar o resultado das investigações para que sejam tomadas
medidas cabíveis".
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