|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LEGISLATIVO
Vereadores aprovam CPIs para apurar "irregularidades tributárias" e "serviços de água e de esgoto" em São Paulo
Câmara irá investigar bancos e Sabesp
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara Municipal de São
Paulo criou ontem duas novas
CPIs, mas nenhuma delas para investigar as irregularidades no setor de transportes na cidade.
A CPI dos transportes tinha ganhado força no final do semestre
passado, com a prisão de sindicalistas acusados de negociar greves. Além disso, havia suspeitas
de desvio de dinheiro e de outros
crimes, como assassinatos.
Antes do recesso, o governo havia até assumido um compromisso de investigar o setor de transportes. Agora, o líder do governo,
João Antonio (PT), diz que isso
seria "correr atrás dos fatos".
Uma das novas comissões parlamentares de inquérito vai tratar
de "eventuais irregularidades tributárias e fiscais no município". A
outra investigará os "serviços de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário" -prestados
pela Sabesp, sob controle do governo do Estado, do PSDB.
A investigação da atuação da
Sabesp acontece num momento
em que projeto que dá à prefeitura poder de ingerência na empresa estadual tramita na Câmara.
Questionado sobre o motivo
dessa CPI, o líder da prefeita Marta Suplicy (PT) disse: "A Sabesp
oferece um serviço de péssima
qualidade. Queremos abrir a caixa-preta". A comissão será presidida por Francisco Chagas (PT).
O presidente da Sabesp, Dalmo
Nogueira, disse que a companhia
"não pode ser o quintal de briga
política". Para ele, essas iniciativas
prejudicam a empresa. Indagado
se vê relação entre o projeto e a
CPI, falou que "é uma das hipóteses". Ele afirmou que a Sabesp leva água a 100% dos paulistanos.
A outra CPI deve centrar foco
na questão do ISS dos bancos. O
seu presidente, Salim Curiati
(PP), disse que a "evasão" pode
superar os R$ 100 milhões anuais.
Isso porque, segundo ele, os bancos prestam serviços em São Paulo, mas pagam impostos referentes a eles em outros municípios
onde o ISS é mais barato.
Em 2002, a cidade arrecadou R$
1,93 bilhão de ISS -R$ 146 milhões de instituições financeiras.
A Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos)
declarou que vai esperar fatos
concretos para se pronunciar.
A escolha de Curiati deixou indignado o vereador Carlos Giannazi (PT), que tinha apresentado
pedido para criar uma CPI sobre
esse tema em maio.
O vereador, um dos "rebeldes"
do PT, disse ter ficado "perplexo".
O líder do governo falou que a Câmara "é uma Casa política, e o PT
já tem uma CPI [da Sabesp]".
Texto Anterior: Rio: Governo e polícia divergem sobre retrato falado Próximo Texto: Patrimônio: Laudo aponta risco em 13 bens históricos de MG Índice
|