São Paulo, sexta-feira, 08 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Obra de Picasso está escondida na zona leste, afirma polícia

Gravura do artista espanhol é a última das quatro peças roubadas da Estação Pinacoteca em junho que ainda não foi recuperada

Dois quadros encontrados anteontem estavam em um saco plástico debaixo de cama em um apartamento em Guaianases (zona leste)

Rogério Cassimiro/Folha Imagem
Gravuras da Estação Pinacoteca que foram recuperadas; última delas deve estar na zona leste, diz polícia

JULIANA COISSI
EM SÃO PAULO

A gravura "Minotauro, Bebedor e Mulheres" (1933), do espanhol Pablo Picasso, a última das quatro obras roubadas na Estação Pinacoteca em 12 de junho que ainda não foi recuperada, está na zona leste de São Paulo, segundo a Polícia Civil, que busca três foragidos.
Ontem, o secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, o delegado-geral da Polícia Civil, Maurício José Lemos Freire, e outros delegados exibiram as obras de Di Cavalcanti e de Lasar Segall recuperadas na noite anterior, em Guaianases (zona leste). Um homem foi preso. Há duas semanas foram detidos outros dois suspeitos.
As pinturas "Mulheres na Janela" (1926), de Di Cavalcanti, e "Casal" (1919), de Segall são as mais caras entre as roubadas -são avaliadas em US$ 500 mil e US$ 60 mil, respectivamente.
Elas estavam embaixo de uma cama em um apartamento de um conjunto habitacional. Estavam sob um cobertor em um saco plástico. Estavam intactas, segundo o diretor da Pinacoteca, Marcelo Araújo.
A polícia chegou aos quadros após abordar Edmilson Silva do Nascimento, 29, apontado como o homem que dirigiu o carro após a saída do museu.
Nascimento negou o crime, mas levou os policiais até os quadros. O imóvel é de Diego Constantino de Oliveira, 23, que está foragido.
Segundo o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), a gravura de Picasso, ainda desaparecida e avaliada em US$ 5.000, está com Paulo César Soares, 28, que está foragido. Ele foi identificado como um dos três homens que entraram no museu.
Ueslei Teobaldo Barros, 31, foi o primeiro a ser preso, há duas semanas, quando policiais acharam a primeira obra roubada - a gravura de Picasso "O Pintor e Seu Modelo" (1963), de US$ 5.000, estava sob o telhado de um prédio em Itaquera. Na última segunda, Alex Santana dos Santos, 20, foi preso acusado de ajudar a esconder a obra.

Foragido
Segundo o delegado titular do Deic, Marcelo Teixeira Lima, o mentor da quadrilha é Marcelo Dias de Souza, 27, que, armado, rendeu os funcionários. Ele está foragido.
Para o diretor do Deic, Youssef Abdul Chaim, foi um crime de oportunidade. "Eles primeiro roubaram para depois procurar comprador."
As obras achadas anteontem foram carregadas por funcionários sem luvas e colocadas no chão do palco onde ocorreu a entrevista coletiva ontem. O mesmo ocorreu com a primeira obra achada e com peças roubadas do Masp em 2007.


Texto Anterior: Metrô: Linha 5-lilás vai abrir aos feriados e aos domingos
Próximo Texto: Conjunto Nacional: Homem ferido em explosão morre em SP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.