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Vigias são acusados de matar suspeito de furtar coxinhas
Segundo a polícia, seguranças de supermercado em São Carlos espancaram pedreiro
Após supostamente furtar pães de queijo, coxinhas e creme para cabelo, num total de R$ 26, vítima foi trancada no banheiro, diz delegado
DOUGLAS SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Dois seguranças de um supermercado de São Carlos, no
interior de SP, são acusados de
espancar e causar a morte do
pedreiro Ademir Peraro, 43. A
agressão ocorreu na quarta-feira após Peraro ter supostamente furtado pães de queijo, coxinhas e creme para cabelo. A vítima morreu anteontem.
O delegado Geraldo Souza
Filho disse que o pedreiro foi
flagrado pelo segurança Rodolfo Fernando Bastreli, 25, e pelo
supervisor Diego Luperini
Bento, 24, numa unidade do
Dia%, pertencente à rede Carrefour. Os produtos furtados
somavam R$ 26.
Levado até o banheiro do supermercado, diz o delegado, foi
agredido com chutes, socos e
um rodo. Depois, foi trancado
no banheiro até o fechamento
da loja, às 22h, quando foi então
libertado.
Com ferimentos graves, Peraro conseguiu chegar até sua
casa, onde pediu socorro à irmã. No caminho até a Santa Casa contou a ela que havia sido
espancado no supermercado e
deu o nome dos agressores.
Anteontem, a polícia foi ao
supermercado em busca dos
seguranças. Só Bastreli foi encontrado e levado para depor.
Na delegacia, segundo o Souza Filho, o segurança confessou
ter batido no pedreiro, mas disse que o supervisor é quem foi
mais violento. Bastreli já tem
passagem pela polícia pelo
mesmo motivo. "Ele flagrou
uma pessoa furtando e a espancou em Matão", disse.
O segurança foi liberado porque não houve flagrante. A polícia pediu a prisão preventiva
dos suspeitos, mas a Justiça cobrou mais provas.
O advogado da família do pedreiro, Arlindo Basílio, disse
que a prioridade no momento é
constatar a autoria criminal
dos fatos. Segundo ele, o laudo
médico indica que a causa da
morte foi hemorragia interna e
politraumatismo.
Ele afirmou ainda que, depois, vai buscar a responsabilidade civil de todos os envolvidos "O mercado tem responsabilidade, assim como a empresa
que contratou os seguranças."
O promotor de Justiça Aroldo Costa Filho concorda. "O supermercado pode responder
processo civil e está sujeito a
ter que indenizar a família."
Segundo ele, os acusados podem ser indiciados por homicídio qualificado e todos que sabiam do caso e não prestaram
ajuda ao pedreiro enquanto ele
estava trancado no banheiro
podem ser indiciados como
cúmplices.
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