São Paulo, segunda-feira, 08 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Investigação do megafurto terá versão documental

Jornalista acompanhou de perto por dois anos trabalho da Polícia Federal

Além do trabalho de inteligência, ela quer mostrar toda a trama pós-assalto, que inclui sequestros e mortes

DE SÃO PAULO

Membro da equipe que produziu o livro Rota 66, de Caco Barcelos, a jornalista e documentarista Luciana Burlamaqui, 40, acompanhou de perto as investigações da Polícia Federal sobre o furto do Banco Central. Ela diz que pretende transformar as 170 horas de gravações em "uma novela policial real".
Além do trabalho de inteligência da PF, ela vai mostrar toda a trama pós-assalto, que inclui sequestros entre ladrões e policiais civis, extorsões e mortes pelo país. Leia os principais trechos da entrevista que ela deu à Folha. (ANDRÉ CARAMANTE e AFONSO BENITES)

 


Folha - O que mais te impressionou na investigação?
Luciana Burlamaqui -
Constatar que a maior arma na investigação foi a inteligência. Enquanto os criminosos tinham milhões de reais nas mãos para se movimentar com facilidade por vários Estados, o chefe da investigação da Polícia Federal, o delegado Antônio Celso dos Santos, e o agente federal Nicodemus enfrentavam todas as dificuldades, às vezes até estruturais, com estratégia e planejamento. Corriam contra o tempo. Temiam que o dinheiro do roubo fosse usado na compra de armamentos pesados para abastecer o crime organizado no Brasil.

O que conseguiu detectar de importante nas gravações?
Foi a primeira vez que estive tão perto de uma investigação policial com um olhar de dentro, livre. Sempre mostrei mais o lado dos acusados. Pude constatar que é possível combater o crime no Brasil sem violência e sim com inteligência. Prender sem matar. Este foi o principal motivo que me fez mergulhar nesta história sacrificando inclusive minha vida pessoal. Mostrar a inteligência policial como estratégia para combater o crime organizado pode ser um exemplo de contraponto frente à prática violenta de outras polícias.

Quando o público assistirá esse seu projeto?
Isto será decidido a partir de uma negociação com as produtoras que me convidaram para dirigir o filme.

Você já viu o filme de ficção "Assalto ao Banco Central"?
Ainda não. Em algum momento irei assisti-lo. Acho natural que uma história como essa inspire muitos filmes e também livros. A história que posso contar é de testemunho, de reflexões, que tem uma respiração sincronizada com os movimentos da investigação ora de sucesso, ora de fracasso.

FOLHA.com
Leia a íntegra da entrevista com Luciana Burlamaqui
folha.com.br/ct955412



Texto Anterior: Qualquer semelhança...
Próximo Texto: Frases
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.